quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Autor do texto, Moro minimiza alteração no decreto de armas

Sérgio Moro, durante entrevista coletiva para anunciar que a subprocuradora-Geral da República Maria Hilda Marsiaj Pinto vai chefiar a Secretaria Nacional de Justiça (SNJ), no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB)

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, tratou com naturalidade, em entrevista à "Globonews" nesta terça-feira, 15, as mudanças entre a minuta do decreto de flexibilização de posse de armas, elaborado por ele, e o resultado final do texto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro.

"Dentro de uma proposição de uma política pública sempre há uma discussão intensa. E as pessoas muitas vezes divergem e há mudanças de posição enquanto essa política pública é elaborada. [A diferença entre] O que se discutiu antes, no começo, e o resultado final, isso é algo natural dentro da formulação de qualquer política pública."

O ministro ainda defendeu que o ponto do decreto que estabelece que o cidadão não tem de comprovar que tem cofre para guardar as armas foi "muito importante". "Presume-se a veracidade do que é declarado pelo cidadão ao Estado."

O ex-juiz federal também ressaltou que o decreto responde a um desejo de parte da população de ter posse de arma em sua residência, "embora o tema seja controverso", e a uma promessa de campanha de Bolsonaro.

"As pessoas têm uma sensação de segurança maior e, por outro lado, em determinada circunstância, a arma pode realmente funcionar como um mecanismo de defesa, especialmente dentro de um contexto em que há uma violência significativa no País e que, por outro lado, os serviços policiais não são totalmente eficientes para coibir essa prática criminosa", disse.