
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, defendeu hoje a necessidade fundamental de promover a reforma da Previdência no País, ao iniciar o seminário "Previdência Social no Brasil: Aonde Queremos Chegar?", que acontece no Rio.
"Existe um argumento falacioso de que todas as receitas vinculadas à seguridade social são autossuficientes. É falacioso porque leva em conta apenas algumas despesas. O que interessa não é a publicidade. São os fatos", afirmou o ministro da Fazenda.
Segundo ele, a ideia de que não há déficit na Previdência está sendo propagada por pessoas que acreditam nessa teoria, mas o fato é que existe um déficit enorme. Se nada for feito, os gastos com benefícios previdenciários não caberão no teto dos gastos aprovado pelo governo, que limita o crescimento da despesa à inflação acumulada no ano anterior.
Meirelles ressaltou que todos os governos a partir da retomada da democracia elevaram o gasto primário do governo central, que em 1991 representava 10,8% do Produto Interno Bruto (PIB) e, em 2016, 19,7%, sendo 5,6% de benefícios.
"Isso mostra uma coisa impressionante. A despesa primária cresce em todos os mandatos. Temos uma trajetória de aumento constante independentemente do governo. É verdade que houve uma aceleração a partir de 2014. Mas é constante e praticamente uma reta esse crescimento", disse o ministro, acrescentando que o principal motivo para a elevação do gasto primeiro do governo central é a despesa com Previdência e benefícios.