terça-feira, 25 de abril de 2017

OBRAS DA REFINARIA ABREU E LIMA RENDERAM R$90 MILHÕES EM PROPINA



As obras realizadas na Refinaria Abreu e Lima (PE) renderam R$90 milhões em propinas para ex-executivos da Petrobras ligados ao Partido Progressista (PP), ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao Partido Socialista Brasileiro (PSB). As informações constam da delação do ex-executivo da Odebrecht Márcio Faria da Silva à Procuradoria-Geral da República (PGR).
Segundo ele, as maiores empreiteiras do País se reuniram previamente para combinar a forma de atuação na licitação. As obras ficaram com a Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão. Dois contratos foram assinados em dezembro de 2009 – um no valor de R$ 1,485 bilhão e outro, de R$ 3,19 bilhões.
Na refinaria, a Odebrecht optou por atuar em consórcio com a OAS. Logo que o contrato foi assinado, de acordo com Faria da Silva, a Odebrecht foi procurada pelo empresário Aldo Guedes, que seria emissário do então governador Eduardo Campos, do PSB (morto em 2014).
Em um encontro realizado em São Paulo, segundo o delator, Guedes teria dito ser “o único representante do governador Eduardo Campos” e, em nome dele, pediu uma contribuição de 2% do valor global dos dois contratos, correspondente a R$ 90 milhões.
Embora o governo de Pernambuco não tivesse nenhuma relação direta com a refinaria, Faria da Silva, para “manter uma boa relação”, aceitou pagar R$ 15 milhões a Guedes – metade seria paga pela Odebrecht, metade pela OAS. “É o que nós temos”, disse.