
A lista dos nomes citados nos acordos de colaboração fechados pela Odebrecht trouxe uma situação sui generis para a empreiteira. Além de políticos e operadores financeiros, um executivo da própria empresa foi delatado pelos colegas.
Trata-se de Felipe Montoro Jens, que atua na área de reestruturação de ativos do grupo Odebrecht. Jens, segundo dois delatores, pediu “pagamento de vantagem não contabilizada” para a campanha de 2010 de seu tio José Ricardo Franco Montoro. O executivo não pertence ao grupo de 78 funcionários da empresa que fez delação com o Ministério Público Federal no âmbito da Lava Jato.
Nos corredores da empreiteira, o executivo tem dito a amigos que está “bastante chateado” com o fato de ter sido delatado pelos colegas. Ele diz que, na época, apenas tentou se informar sobre como funcionavam as doações da empresa para campanhas eleitorais.
Quando a maior empreiteira do País decidiu relatar às autoridades atos irregulares cometidos, foi feita uma “chamada” em todos as áreas do grupo que poderiam ter algo a declarar à Justiça. Jens ficou de fora e, agora, pode ser investigado