quarta-feira, 1 de junho de 2022

Ratinho Jr. diz que teto 17% de ICMS ‘vai quebrar’ os Estados e municípios

















Cresce a pressão dos governadores por alternativas à redução da alíquota do ICMS de combustíveis, transportes, energia e telecomunicações, estabelecendo teto de 17%.

Em entrevista a uma rádio do Paraná, o governador Ratinho Junior (PSD) subiu o tom. “Vão quebrar todos os estados, vão quebrar todas as prefeituras. São R$ 6,3 bilhões que o Paraná vai perder e não vai resolver o problema da gasolina. Os municípios paranaenses vão perder 1,8 bilhão”.

“Estão mentindo para a população. É mentira. Isto é coisa de político que não está fazendo as coisas com seriedade”, afirmou Ratinho Junior. “O problema do combustível se chama petróleo e dólar. Enquanto o petróleo subir e o dólar estiver nas alturas, vai subir o combustível”.

O governador não fez qualquer referência ao fato de o custo dos combustível, que multiplica a receita dos Estados, “quebra” na verdade o cidadão, obrigado a sustentar essa política. E também quebra a economia, em razão do impacto das altas nos postos, puxadas para o alto sobretudo pelo ICMS dos Estados.

Os Estados são os que mais se aproveitam das seguida altas de combustíveis. Levantamento recente mostrou que os Estados acumulam em caixa mais de R$320 bilhões, para gastar no ano eleitoral de 2022.

Ratinho Junior observou que mesmo com a mudança na presidência da Petrobras (Caio Mário Paes de Andrade no lugar de José Mauro Ferreira Coelho) não vai resolver também a alta dos combustíveis. “Faz cinco dias (do anúncio da troca na estatal) e já falou que vão aumentar o diesel de novo. Estão mentindo para a população. O Congresso não tem competência para fazer uma reforma tributária decente e vive sendo, infelizmente, um Congresso dos improvisos”.

O presidente Jair Bolsonaro (PL), avaliou o governador, tirou o PIS e Cofins da gasolina que subiu 40% e não resolveu em nada. “Não vai resolver. Hoje o petróleo está em mais de US$ 120 o barril, há cinco meses estava em US$ 60 dólares. Com o dólar a R$ 5 também não iria resolver”.

A guerra da Rússia com a Ucrânia, segundo Ratinho Junior, contribui com aumento dos combustíveis e de uma série de produtos. “A Rússia é um dos maiores fornecedores de petróleo e de gás do mundo. É um grande problema, é um momento difícil. Talvez se o governo (federal) criasse um subsídio para taxar o petróleo em um teto até a guerra parar. Se está tendo guerra, estamos em um momento anormal e se é um momento anormal, não podemos tratar como normal. Acredito que o governo federal tem que buscar criar subsídios”, defendeu.