A ligação faz parte de uma interceptação telefônica, feita como parte das investigações da Polícia Federal, e foi revelada pela TV Globo.
A filha pergunta: “Ele quer que você pare de mandar mensagens?”. E o ministro responde que não. “Não é isso... ele acha que vão fazer uma busca e apreensão... em casa... sabe... é... é muito triste. Bom! Isso pode acontecer, né? Se houver indícios, né?”
À TV Globo, o advogado de Milton Ribeiro, Daniel Bialski, afirmou que não teve acesso ao processo completo. O advogado, no entanto, afirmou que, se citam o foro privilegiado na decisão, o Supremo Tribunal Federal deveria ter sido acionado antes.
A Secretaria de Comunicação da Presidência da República ainda não se pronunciou sobre o assunto.
Suposta interferência de Bolsonaro
O inquérito que apura possíveis irregularidades no Ministério da Educação, que levou a prisão do ex-ministro Milton Ribeiro, deve ser enviado ao Supremo Tribunal Federal. A decisão, segundo a TV Globo, foi tomada apela 15ª Vara de Justiça Federal de Brasília.
A justificativa é que a Justiça afirma que uma autoridade com foro privilegiado pode ter interferido nas investigações - o presidente Jair Bolsonaro (PL). A decisão é do juiz Ricardo Borelli e o magistrado não nomeia quem teria sido a autoridade em questão.
De acordo com o Ministério Público Federal, foram feitas interceptações telefônicas do ex-ministro e as gravações indicam que a investigação pode ser sido vazada.
"Outrossim, nesta oportunidade, o MPF vem requerer que o auto circunstanciado nº 2/2022, bem como o arquivo de áudio do investigado Milton Ribeiro, que aponta indício de vazamento da operação policial e possível interferência ilícita por parte do residente da República Jair Messias Bolsonaro nas investigações, sejam desentranhados dos autos e remetidos, de maneira apartada e sigilosa, ao Supremo Tribunal Federal", escreveu o Ministério Público, em documento relevado pela TV Globo.