domingo, 19 de junho de 2022

Sindicato denuncia distribuidoras por reajuste 'abusivo' da gasolina e do diesel no Paraná














O Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lojas de Conveniências do Estado do Paraná (Paranapetro) informou neste sábado (18) que recebeu diversos relatos sobre distribuidoras de combustíveis que repassaram aos postos aumentos superiores aos anunciados pela Petrobras. Segundo o sindicato, no caso da gasolina, algumas distribuidoras repassaram elevação de R$ 0,22 por litro, ou seja, oito centavos a mais do que o anunciado. No caso do diesel, de acordo com o Paranapetro, há relatos de distribuidoras que elevaram os preços para os postos em R$ 0,77 – 14 centavos a mais do que o anunciado.

O Paranapetro afirmou, em nota, que entrou em contato as distribuidoras para solicitar esclarecimentos e também informou ao Procon. Na próxima segunda (20), de acordo com fontes consultadas pelo Bem Paraná, os aumentos abusivos e outros temas envolvendo a venda de combustíveis no Paraná, devem ser tema de reunião entre representantes do Ministério Público do Paraná (MPPR) e do Procon. Na sexta (17), em nota, o Paranapetro já havia denunciado que logo após o anúncio, na manhã desta sexta-feira, algumas distribuidoras também começaram a restringir pedidos de gasolina e diesel, sem confirmação de data de entrega.

De acordo com pesquisa por telefone feita pelo Bem Paraná, alguns postos de combustíveis de Curitiba ainda não repassaram o reajuste da gasolina, mas são poucos. Dos sete postos consultados, apenas dois mantiveram os preços neste sábado (18), mas previam o repasse nas próximas horas devido à alta procura.

Após 99 dias congelado, o preço da gasolina foi reajustado pela Petrobras, passando a custar R$ 4,06 o litro nas refinarias da estatal, uma aumento de 5,2%. O diesel, há 39 dias sem aumento, passou a custar R$ 5,61 o litro, alta de 14,2%, conforme anúncio realizado nesta sexta-feira, 17. De acordo com a Petrobras, os reajustes refletem a disparada dos preços dos derivados no mercado internacional, seguindo a alta do petróleo e refletindo maior demanda e o fechamento de refinarias em meio à guerra entre a Rússia e Ucrânia. Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), para alinhar o preço interno com o praticado no Golfo do México, de onde sai a maioria das cargas, o aumento deveria ser de R$ 0,57 para a gasolina e R$ 1,37 para o diesel, diante de defasagens de 13% e 21%,respectivamente.

O aumento segue a escalada de preços do petróleo no mercado internacional. Nesta sexta-feira, os contratos da commodity para agosto eram comercializados a US$ 119,5 o barril no período da manhã, pelo horário de Brasília. O câmbio também não está ajudando e já ultrapassa os R$ 5, com a cautela dos investidores impulsionando a moeda norte-americana.