sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Correios pede dissídio coletivo à Justiça do Trabalho; Greve continua em Apucarana e região

Foto: Sérgio Rodrigo

Os Correios apresentaram pedido de dissídio coletivo no Tribunal Superior do Trabalho (TST), no final da tarde desta quarta-feira (11), mesmo dia que a greve da categoria teve início. Segundo a empresa, a medida é a única solução viável para o fim da paralisação sem a necessidade do aumento de gastos do Estado.
"A greve continua, após as 13h de hoje (12) é que teremos novidades, isso por causa do pedido do dissídio. Hoje deve acontecer a negociação em Brasília, se não houver conciliação o Ministro marca o julgamento. Então de tarde saberemos se foi encontrada uma solução ou se será marcado um julgamento. Vamos continuar com o movimento e esperar as negociações", detalha o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios no Paraná (Sinticom-PR), Fabiano Silvério.
Segundo o sindicalista, em Apucarana, dos 30 trabalhadores do Centro, 17 entraram em greve. Em Arapongas, aproximadamente 25 funcionários aderiram ao movimento. 
"Na região temos uma grande adesão. Em Apucarana, os trabalhadores que não entraram em greve, estão dando prioridade para entrar os sedex, outras encomendas, cartas, e boletos devem ficar na espera para a entrega. Queremos deixar claro que nós somos trabalhadores e queremos trabalhar. Mas não podemos aceitar perder nossos direitos", enfatiza Fabiano.
O Centro de Distribuição dos Correis de Apucarana fica localizado na R. Nicolau Kowalski, Barra Funda.
Os trabalhadores pedem a reposição da inflação e são contra a privatização da estatal, incluída mês passado no programa de privatizações do governo.
A classe pede ainda a reconsideração quanto à retirada de pais e mães do plano de saúde, pleiteia melhores condições de trabalho e outros benefícios. A greve foi decretada nesta terça-feira (10) em assembleias realizadas em diferentes estados do país. Sindicatos de 20 estados e do DF haviam aderido à paralisação. 
Em nota, a empresa afirma esperar que "a Justiça vai avalie a negociação, ouvindo as partes, e que um relator vai produzir um voto analisado pelo colegiado do tribunal". Os Correios dizem que "conforme amplamente divulgado, estão executando um plano de saneamento financeiro para garantir a competitividade e a sustentabilidade da empresa". A estatal tem uma dívida de R$ 3 bilhões.
Dissídio
O dissídio coletivo é instaurado quando não há acordo entre trabalhadores (ou sindicatos) e empregadores. Sem acordo, os envolvidos ingressam com ação na Justiça do Trabalho. Desta forma, a Corte torna-se responsável pela solução do conflito, como uma mediadora, criando normas e condições que regularão a relação trabalhista entre as partes.