segunda-feira, 9 de julho de 2018

Promotoria vai apurar se Crivella cometeu crime eleitoral



O Ministério Público do Rio de Janeiro vai abrir investigações sobre reunião em que o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB) apresenta candidato do partido ao cargo de deputado federal e oferece privilégios a líderes de igrejas evangélicas.
A reunião aconteceu na quarta (4) no Palácio da Cidade, sede do gabinete do prefeito, e teve a participação de cerca de 250 pessoas. O MP vai apurar se houve crime eleitoral e tratamento privilegiado aos fiéis de determinado segmento religioso.
Segundo áudios divulgados pelo jornal O Globo, Crivella apresentou aos presentes o pastor Rubens Teixeira, que vai disputar vaga de deputado federal no Rio pelo seu partido.
Defendeu o voto em evangélicos para “dar jeito nessa pátria” e depois ofereceu aos pastores ajuda para encaminhar fiéis a cirurgias e para agilizar processos de isenção da cobrança de IPTU das igrejas.
“Estamos fazendo o mutirão da catarata. Contratei 15 mil cirurgias até o final do ano. Então, se os irmãos tiverem alguém na igreja com problema de catarata, por favor falem com a Márcia”, disse o prefeito.
“É só conversar com a Márcia que ela vai anotar, vai encaminhar e daqui a uma semana ou duas eles estão operando”, completou, para logo depois oferecer a facilidade também para cirurgias de varizes e vasectomia.
Ele se referia a Márcia da Rosa Pereira Nunes, funcionária do gabinete do prefeito. Segundo Crivella, ela é sua assessora há 15 anos e “conhece todos os diretores” das redes municipal e federal de saúde. “De tal maneira que ela me representa em todos esses setores”, explicou.
Para resolver questões ligadas ao IPTU, ele solicitou que os presentes procurassem o “dr Milton”, que, segundo O Globo, é um advogado que presta serviços jurídicos a entidades religiosas na prefeitura.