segunda-feira, 23 de julho de 2018

Os pesadelos que habitam o Minha Casa Minha Vida



É um contrassenso que imóveis praticamente prontos permaneçam fechados quando país tem um déficit habitacional estimado em 6,3 milhões de moradias
Editorial, O Globo
Costuma-se dizer que o Brasil é o país dos absurdos, tantas são as situações que desafiam a razão e o bom senso. Exemplos estão por toda parte. Um deles foi ao ar no domingo passado, em reportagem do “Fantástico”, da TV Globo. Ela mostrou que 186.682 unidades do Minha Casa Minha Vida — todas destinadas a pessoas de baixa renda — estão com 95% ou mais das obras concluídas, mas não podem ser entregues por problemas que vão da falta de infraestrutura a pendências com as empreiteiras. Com isso, os imóveis, apesar de quase prontos, permanecem fechados, expostos à deterioração do tempo e sujeitos a ocupações. No entorno desses conjuntos fantasmas, vivem, de forma precária, algumas das famílias que se inscreveram no programa. Estima-se que o país tenha um déficit de 6,3 milhões de moradias