terça-feira, 19 de junho de 2018

Iván Duque vence eleição e assumirá a presidência da Colômbia aos 41 anos



Iván Duque, 41, venceu neste domingo (17) o segundo turno da eleição colombiana e assumirá em 7 de agosto como presidente do país, sucedendo Juan Manuel Santos (2010-18). Ele obteve 53,9% dos votos contra 41,8% de seu rival, o esquerdista, ex-prefeito de Bogotá e ex-guerrilheiro do M-19 Gustavo Petro, 58.
Esse era o placar da contagem do órgão eleitoral colombiano com 99,9% das mesas contabilizadas; portanto, já era considerado irreversível. Os votos em branco foram 4%.
Assim que o anúncio foi feito, começaram a ser ouvidas buzinas na região de classe média alta de Chapinero, em Bogotá.
O comparecimento às urnas foi menor do que no primeiro turno, quando 52% dos registrados votaram, mas o número oficial não era conhecido até a conclusão desta edição, às 21h de domingo.
A justificativa ouvida pela reportagem nos últimos dias da semana passada daqueles que não iriam votar no segundo turno era, essencialmente, a de que acreditavam que ambas as opções eram extremas.
“Eu considero que os dois são tragédias. Então voto em branco, porque assim não compactuo com nenhum dos dois desastres”, disse o escritor antioquenho Hector Abad Faciolince.
Mesmo com Duque representando uma força política tradicional, o uribismo, vários analistas políticos chamaram a atenção para a renovação geracional que ele encarna.
“É preciso entender que essa eleição foi histórica apesar desse segundo turno polarizado. Até a passada, era impossível pensar num espaço de centro com votação elevada. Pois tivemos, no primeiro turno, 4,6 milhões de votos para Sergio Fajardo”, observou o analista político e diretor do instituto Ipsos, Javier Restrepo.
“Também era impensável conceber um esquerdista e ex-guerrilheiro tão bem votado no segundo turno, como foi Petro. São sinais de uma Colômbia em transformação, apesar da predominância do uribismo”, completou o especialista.
Houve movimentação nos centros de votação logo cedo. Depois, Bogotá parecia deserta, pelo menos durante os jogos da Copa do Mundo entre México x Alemanha e Brasil x Suíça.
Quando esse último terminou, ainda faltava uma hora para que fechassem as portas dos centros de votação, e muitas pessoas foram correndo para chegar às urnas a tempo.
No maior centro de votação da cidade, o Corferias, foram vistas filas de pessoas que acabaram ficando do lado de fora. Policiais continham os atrasados, e muitos ficaram com o nariz nas portas de vidro.
Ao votar, Duque afirmou: “Venho ratificar meu desejo de que a Colômbia seja governada por uma nova geração. Fizemos uma campanha de soluções, e não de agressões”.
Já Petro apelou à superstição: “Se o México ganhou da Alemanha, é porque também é possível que nossa candidatura vença hoje”, disse, bem-humorado.
O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, votou pela manhã em Bogotá e afirmou que essas eleições são históricas por serem as primeiras em muitas décadas em que se votou “com segurança, com transparência e com paz”.
Prova disso, acrescentou o ex-delfim de Uribe, é que os dois finalistas “sempre foram meus opositores, mas nunca tiveram um enfrentamento sério comigo ou com meu governo, que sempre respeitou a oposição; e demos a ambos as garantias para que fossem candidatos com liberdade e segurança”.