quarta-feira, 20 de junho de 2018

Funcionário da OAS diz ter sido convocado para reformas no ‘sítio do presidente’



O funcionário da OAS Empreendimentos Misael de Jesus Oliveira disse em depoimento ao juiz Sérgio Moro que foi convocado por seu gerente para fazer reformas no “sítio do presidente”, em Atibaia. Outras três pessoas que trabalhavam com Misael também participariam das reformas.


Misael prestou depoimento na condição de testemunha de defesa do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro e do ex-executivo da empresa Paulo Gordilho no processo que investiga se Lula recebeu propina da Odebrecht e da OAS por meio da aquisição e da reforma do sítio em Atibaia.
“Quando eu saía da OAS, o escritório levava um valor em dinheiro, que era passado pra mim e junto com esses valores em dinheiro, eu fazia as compras e levava as notas. Então, tudo que eu comprava lá em Atibaia, nos três depósitos ali da região, eu prestava contas, me reportava pra empresa”, afirmou o funcionário da OAS. Ao juiz, Misael disse ainda que foi orientado a manter a reforma no sítio em sigilo.
Segundo ele, foram vários os encontros com a ex-primeira-dama Marisa Letícia na obra. Misael contou que viu Lula apenas duas vezes no local. “A ex-primeira-dama eu encontrava com ela no sítio toda quarta-feira. Na quarta e nos finais de semana. Todas as quartas, ela ia com segurança e nos finais de semana. E o presidente Lula, eu vi ele duas vezes lá. Poucas vezes, mas quando ele ia, o Maradona [o caseiro do sítio] passava recado pra gente que era pra gente não ir.”
Marisa teria feito pedidos referente à reforma para Misael, como a construção de uma capela e a instalação de grades ao redor do lago. De acordo com o funcionário, todas as obras solicitadas foram executadas. Marisa não perguntava o valor dos serviços.