terça-feira, 19 de junho de 2018

Assembleia adia votação de reajuste de servidores públicos estaduais de novo

Assembleia adia votação de reajuste de servidores públicos estaduais de novo

Os deputados estaduais decidiram hoje adiar, pela segunda vez consecutiva, a votação de cinco projetos que preveem reajuste de 2,76% para os servidores do Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas, Ministério Público, Defensoria Pública e da própria Assembleia Legislativa. As propostas chegaram a entrar em pauta o último dia 11, mas tiveram a votação adiada por uma semana, por pressão dos servidores do Executivo – que estão com os salários congelados desde 2016 – e cobram a reposição da inflação dos últimos doze meses também para a categoria. A votação deveria ser retomada hoje, mas até agora, o governo não definiiu se vai ou não propor o aumento para seus servidores. Diante do impasse, os parlamentares decidiram por um novo adiamento, desta vez por cinco sessões. Com isso, os projetos voltam à pauta no próximo dia 26. 
Na semana passada, a governadora Cida Borghetti (PP) anunciou que pediu à Secretaria de Estado da Fazenda um estudo sobre a possibilidade de pagamento do reajuste ao funcionalismo. A estimativa de custo é de R$ 530 milhões a mais ao ano. 
Além dos servidores, o governo sofre pressão de sua própria base. A bancada do PSD do deputado estadual e pré-candidato ao governo, Ratinho Júnior, anunciou que só votará o reajuste para os demais poderes se ele for estendido a todos os servidores, incluindo os do Executivo.
Hoje, para ganhar mais tempo, deputados da base governista apresentaram um requerimento pedindo a retirada de pauta dos projetos por dez sessões. Já a oposição e o chamado “bloco independente”, junto com os parlamentares do grupo de Ratinho Jr, propuseram o adiamento por três sessões. “Se for por dez sessões, vai levar lá para julho, e aí vai entrar o recesso e não vai ter reajuste”, avaliou o deputado Nereu Moura (MDB). No final, oposição e governo chegaram a um meio termo, adiando as matérias por cinco sessões. 
Pelo regimento interno, os deputados estaduais entram em recesso no próximo dia 17 de julho e só retomam as votações no início de agosto, às vésperas do período eleitoral, quando a maioria dos parlamentares deve disputar a reeleição ou outros cargos. O líder do governo Cida Borghetti na Assembleia, Pedro Lupion (DEM), porém, anunciou a intenção de cancelar o recesso, deixando para votar a proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2019, somente após as eleições de outubro.