domingo, 24 de junho de 2018

Panama Papers revela que família Rocha Loures guardou US$ 5,6 milhões na Suíça e repatriou em 2016

Panama Papers revela que família Rocha Loures guardou US$ 5,6 milhões na Suíça e repatriou em 2016

A família Rocha Loures manteve US$ 5,6 milhões em uma conta na Suíça no final de 2015. Reportagem do site Poder 360, dentro da série de jornalismo investigativo internacional Panamá Papers, mostra que o registro estava em nome da offshore Railhorn Properties, no banco Pictet, em Genebra. A conta foi aberta em 26 de maio de 2004.
De acordo com a reportagem, a Railhorn era uma empresa de gaveta registrada nas Ilhas Virgens Britânicas. Foi criada em 20 de março de 2004. Tinha como beneficiário Rodrigo Costa da Rocha Loures e sua esposa, Vera Lilia Santos da Rocha Loures, pais do “deputado da mala”, Rodrigo Rocha Loures (MDB).
Este último foi preso em junho de 2017, após revelações de empresários da JBS em acordo de delação premiada. Ele era assessor especial do presidente Michel Temer no Palácio do Planalto. Rodrigo Rocha Loures, o filho, foi filmado saindo de uma pizzaria em São Paulo com R$ 500 mil em uma mala entregue por 1 executivo da JBS relacionado. O Ministério Público Federal sustenta que o montante é fruto de propina.
Rodrigo Costa da Rocha Loures, o pai, fez fortuna vendendo merenda escolar para órgãos públicos. Fundou em 1968 a Nutrimental, conhecida hoje pelas barras de cereais Nutry. A empresa faturou R$ 295,9 milhões em 2016. Ele foi por mais de 10 anos integrante do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, órgão vinculado à Presidência da República. Atualmente é integrante do Conselho Superior de Inovação e Competitividade da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Os US$ 5,6 milhões que estavam na Suíça constam em 1 balanço do banco Pictet de dezembro de 2015. Cezar Bitencourt, advogado da família Rocha Loures, disse ao Poder360 que os valores foram declarados à Receita Federal e repatriados em 2016.
As revelações da reportagem fazem parte da continuidade das investigações da série Panama Papers. Os novos documentos vazados do escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca mostram as consequências da série de reportagens de 2016.
Os registros foram obtidos pelo mesmo jornal que recebeu o 1º vazamento, o Süddeutsche Zeitung, de Munique (Alemanha). Os documentos foram compartilhados com o ICIJ (International Consortium of Investigative Journalists).