terça-feira, 15 de maio de 2018

EX-MULHER DE JUIZ DA CORTE DE DIREITOS HUMANOS DA OEA TEM 8 TESTEMUNHAS



A defesa de Michella Marys, ex-esposa do juiz da da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), Roberto Caldas, se manifestou em relação a nota divulgada pelo advogado do juiz, divulgada neste fim de semana.
Caldas reconheceu a gravidade das ofensas verbais feitas “pelo casal ao longo de uma tumultuada relação, reveladas em gravações que vieram a público”, mas negou as agressões físicas. A defesa aponta que se “houvesse qualquer agressão física,parece evidente, teria sido constatada em 6 anos de gravação clandestina”.
No entanto, a defesa de Marys afirma que há pelo menos oito testemunhas das agressões sofridas por ela ao longo dos anos em que os dois estiveram casados. Cinco pessoas teriam testemunhado a última agressão, registrada por ela em um boletim de ocorrência, e outras três teriam visto marcas no corpo de Marys em anos anteriores.
A última agressão foi relatada pela ex-esposa em um boletim de ocorrência: em outubro do ano passado, irritado, o juiz chegou em casa e, sem motivo aparente, começou a xingá-la de "vagabunda, bandida, ordinária". Depois, Caldas deu socos na barriga da ex-milher e a puxou pelos cabelos, a empurrando escada abaixo. O juiz tentou ir até a cozinha pegar uma faca, mas foi impedido pelos empregados da casa. "Vou te matar", Caldas teria dito.
De acordo com a defesa de Marys, a ex-esposa de Caldas gravou 28 áudios amadores, do próprio celular dela, ao longo dos 13 anos em que estiveram casados. Ao todo, esses áudios somam 1h40. A nota da defesa dela aponta ainda a existência de depoimentos e conversas com testemunhas, que aceitaram gravar os relatos. O advogado de Caldas, no entanto, afirmou que Michella Marys teria gravado de forma profissional as agressões por seis anos, o que Marys desmente.
As representações criminais feitas à Delegacia da Mulher serão acompanhadas pelo Ministério Público, por se tratarem de crimes de ação pública incondicionada. Em relação a medida protetiva pedida pelo Ministério Público, a defesa de Marys afirma que Caldas se comprometeu espontaneamente ao Juízo da 1ª Vara de Violência Doméstica a não se aproximar da ex-esposa, já que a medida protetiva "acabaria com sua carreira", conforme afirmado em nota.
Na Justiça, Caldas responde por agressões verbais, psicológicas e agressões físicas contra a ex-esposa Michella Marys. Além disso, a defesa de Marys afirma que ele responde ainda por assédio sexual a duas empregadas domésticas.