sábado, 26 de maio de 2018

Afinal, a paralisação dos caminhoneiros é locaute ou não?

Greve dos caminhoneiros chegou ao quinto dia nesta sexta-feira. | Tânia Rêgo/Agência Brasil

Locaute, do ingles lock out, é um termo empregado para explicar uma “paralisação das atividades por iniciativa do empregador, com objetivo de frustrar negociação ou dificultar atendimento de reivindicações dos respectivos empregados”, conforme o artigo 17 da Lei 7.783, de 1989, que veta a prática e assegura o direito à greve de trabalhadores assalariados. Trocado em miúdos, é quando empresários organizam uma paralisação com objetivo de obter algum tipo de benefício para o setor.

A pedido do ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, a Polícia Federal abriu investigação nesta sexta-feira (25), quinto dia da greve, para apurar se há o envolvimento de proprietários de transportadoras, distribuidoras e empresas do segmento na articulação do movimento que para o país há cinco dias, com bloqueios de rodovias e desabastecimento.
Em coletiva de imprensa, Jungmann afirmou que existem informações do envolvimento de pelo menos 20 empresários na greve dos caminhoneiros. “Temos uma relação com duas dezenas de empresários que foram chamados a depor”, informou. “Locaute é crime! A Polícia Federal investiga quem está tirando proveito com fins econômicos.”
“O nosso foco neste caso não está sobre o [caminhoneiro] autônomo, está exatamente naquelas empresas, distribuidoras e transportadoras que estão se negando a disponibilizar seus motoristas para que se faça o transporte de carga”, explicou o ministro.
“É isso que configurou o indício que nos levou a atribuir à Polícia Federal que abrisse um inquérito e fizesse uma investigação sobre patrões explorarem esse movimento social, que tem motivos justos e que foram atendidos pelo governo. [Os empresários] estão explorando interesses econômicos e criando problemas de abastecimento”.