Deputado estadual mais votado em 2014, Rodrigo Cunha é protagonista, quase que isolado, na oposição ao governador Renan Filho (MDB), na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE). Ele nega ter entrado na política movido por interesses carreiristas, mas admitiu ao Diário do Poder que começa a fazer avaliações sobre as possibilidades de candidaturas nas próximas eleições, que deve ter o prefeito de Maceió Rui Palmeira (PSDB) como candidato de oposição à reeleição de Renan Filho.
Em seu 1º mandado na ALE, Rodrigo Cunha criou o site Monitora Alagoas, que expôs e controla em tempo real o descumprimento de promessas do governador Renan Filho, que hoje tem 39% das promessas não iniciadas, 45% em andamento e apenas 5% concluídas.
O tucano é filho da deputada federal Ceci Cunha, que foi assassinada a mando de seu suplente, Talvane Albuquerque, no dia em que foi diplomada no cargo, em 16 de dezembro de 1998. E também é bem avaliado para a disputa por uma das nove vagas da Câmara dos Deputados.
CONTRAMÃO DOS ESCÂNDALOS
Em dezembro, um levantamento do jornal Estadão incluiu Rodrigo Cunha entre os 50 políticos mais promissores do País, com base em suas ações de comunicação online, que, na avaliação de especialistas garantem um bom desempenho nas redes sociais e será um diferencial para as eleições de 2018. Mas não é só isso, Rodrigo Cunha contraria o momento político de Alagoas, que tem o senador e candidato à reeleição Renan Calheiros alvo de 12 investigações por suspeitas de ilegalidade e réu por peculato no Supremo Tribunal Federal (STF).
O deputado tucano anda na contramão do contexto em que as instituições expõem as vísceras da corrupção no Brasil e no qual a Polícia Federal (PF) está indiciando dez deputados estaduais alagoanos e dois suplentes por suspeitas de desvios de R$ 15 milhões dos cofres da Assembleia. Nesse contexto, o deputado tucano economizou R$ 3 milhões, em seus três anos de mandato. E ainda é o deputado com maior frequência às sessões plenárias entre os 27 colegas de parlamento.
Para economizar este montante, Rodrigo Cunha simplesmente se recusou a indicar servidores de seu gabinete para que recebessem R$ 1 milhão por ano em recursos da Gratificação de Dedicação Exclusiva (GDE), vetados por decisão judicial neste mês de fevereiro. E ainda contratou oito dos servidores comissionados de seu gabinete, via seleção pública para áreas especializadas como Tecnologia e Direito, desde 2015.
“Ao longo do meu atual mandato, mostrei que é possível fazer política com inovação, eficiência e seriedade e que a atividade parlamentar pode ser um importante instrumento para transformar Alagoas. É com este mesmo espírito que quero entrar nas próximas eleições. O poder nunca pode ser utilizado como um fim em si mesmo, mas sempre como uma ponte para gerar cidadania para as pessoas”, disse Rodrigo Cunha, ao Diário do Poder.
Na base de apoio à eleição de Rui Palmeira ao governo, Rodrigo Cunha deve disputar espaço para sua candidatura ao Senado com o senador Benedito de Lira (PP-AL), que deve ir à reeleição, e com o ministro dos Transportes e deputado federal licenciado, Maurício Quintella Lessa (PR-AL).