segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

SÓ 19 DIAS DEPOIS, GOVERNO REMOVE ENTULHOS DE VIADUTO QUE DESABOU



A demolição e remoção do entulho do viaduto da Galeria dos Estados, no Eixão Sul, em 6 de fevereiro, foi finalizada somente na tarde deste domingo (25). Os trabalhos começaram neste sábado (24), 19 dias após o desabamento, e seguiram por toda a noite e madrugada.
O governo do DF tem sido alvo de críticas pela demora no início das obras de reconstrução do viaduto. Em países como Japão, obras assim são recuperadas em poucos dias. Foi o caso de cidade de Fukuoka, onde se abriu uma impressionante careca em avenida movimentada da cidade, mas tufo foi recuperado em apenas 48 horas.
Também no Japão, em 2011, um trecho de rodovia com mais de 150 metros de extensão, destruído pelo tasunami, foi totalmente recuperado em apenas seis dias. A demora dos técnicos a Novacap e do DER fez surgir uma brincadeira (ou "meme"), dirigida nas redes sociais ao governador Rodrigo Rollemberg, sob o chavão "#chameosjaponeses".
Em Brasília, 19 dias após o desabamento do viaduto do Um martelete mecânico acoplado a uma máquina de grande porte quebrou a estrutura demolida, enquanto outro trator removeu os entulhos para os caminhões. Durante a demolição, foi preciso parar o martelete mecânico algumas vezes para recuperar os três carros e equipamentos de um restaurante que ficaram embaixo do bloco. O trator se afastava para que os trabalhadores pudessem se aproximar dos escombros e tirar os materiais.
No caso dos carros, uma retroescavadeira puxava os destroços por baixo do bloco. Os dois Pálios e a Hilux tiveram perda total. Mas foi possível tirar mochilas, roupas, documentos e carteiras que estavam no restaurante.
Às 17h30 de sábado, a quebra do bloco começou e durou nove horas e 15 minutos ininterruptos. Depois de terminada a demolição, a remoção do entulho seguiu até as 4 horas, quando os funcionários da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) fizeram uma pausa.

EM 2016, OS JAPONESES DE FUKUOKA RESTAURARAM ESTA IMPRESSIONANTE CRATERA EM APENAS 48 HORAS.

200 TONELADAS DE ENTULHOS
Das 6h30 às 13h40, a limpeza de cerca de 200 toneladas de entulho foi finalizada. Os materiais foram levados por 46 caminhões para serem triturados pela Novacap e reaproveitados em meios-fios, tampas de boca de lobo e outros equipamentos.
"Com base em análises, o grupo de trabalho vai determinar os procedimentos seguintes. Ou pela demolição (total), ou pela recuperação (da parte danificada) do viaduto"Márcio Buzar, diretor-geral do DER-DF
A remoção foi necessária porque o bloco desabado não poderia ser reutilizado no viaduto. Mesmo que pudesse, ainda não foi decidido se a estrutura será demolida ou reforçada.
“O bloco agora não tem mais função estrutural. O que podemos conseguir dele são materiais pequenos”, explicou o diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem do DF, Márcio Buzar.

EM 2011, NO JAPÃO, ESTA RODOVIA DESTRUÍDA PELO TASUNAMI FOI RECUPERADA EM APENAS SEIS DIAS.

SEM PREVENÇÃO
Após anos de falta de reparos e de alertas ignorados, o governo de Brasília iniciou os planos emergenciais para a manutenção do viaduto assim que o bloco caiu em 6 de fevereiro. Primeiro o trânsito da via foi alterado para que os trabalhos de escoramento pudessem ser feitos.
Também foi preciso fazer um monitoramento de outras estruturas que têm a mesma idade do viaduto, como a ponte do Bragueto e a ponte Honestino Guimarães.
Mostras da estrutura foram recolhidas para análise pela Universidade de Brasília (UnB), que ajudarão a determinar o que será feito com a obra. As hipóteses são reconstruir a parte que desabou, ou demolir o restante e reconstruir toda a pista.