sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

PF CUMPRE MAIS DE 100 MANDADOS EM OPERAÇÃO QUE INVESTIGA O POSTALIS



A Polícia Federal cumpre nesta quinta-feira (1) mais de cem mandados no âmbito da Operação Pausare, que objetiva esclarecer  uma suposta organização criminosa que desviou recursos previdenciários do Postalis (Instituto de Seguridade Social dos Correios e Telégrafos), fundo de pensão dos funcionários dos Correios. A má gestão dos recursos e os desvios investigados, gerou déficit de aproximadamente R$ 6 bilhões, segundo a PF.
As ações acontecem em regime de esforço concentrado pelas próximas 48h em São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Alagoas. No total, 62 equipes policiais estão mobilizadas nessa operação. Até as primeiras horas da manhã, três pessoas haviam sido presas.
Entre os alvos das medidas judiciais há empresários em suposta articulação com gestores do fundo de pensão, bem como dirigentes de instituição financeira internacional. Também serão alvos dos policiais federais pessoas jurídicas, entre elas empresas com títulos em bolsas de valores e instituições de avaliação de risco.
O ex-presidente do Postalis Alexej Predtechensky foi um dos alvos de mandado de busca e apreensão. Responsável pelo fundo de pensão entre 2006 e 2012, o executivo, conhecido como Russo, é visto como apadrinhado político do ex-ministro de Minas e Energia e atual senador Edison Lobão (PMDB-MA). O empresário Milton Lyra, apontado como operador do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), também é um dos alvos de busca e apreensão.
A Operação Pausare é resultado de um conjunto de auditorias de órgãos de controle. As fiscalizações, enviadas ao Ministério Público Federal, identificaram má gestão, irregularidades e impropriedades na aplicação dos recursos do Postalis. A PF investiga agora as repercussões criminais da atuação desse grupo de pessoas no desvio de recursos do Fundo.
Em nota, o empresário Milton Lyra disse que "não é e nunca foi intermediário de qualquer repasse a congressistas. Tampouco teve qualquer tipo de negócio com o fundo Postalis". A assessoria de Lyra informou que o empresário é o "principal interessado na conclusão das investigações" e, com isso, esclarecer as "falsas acusações das quais tem sido vítima".