terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

NÚMERO DE INVESTIDORES EM BITCOIN SE APROXIMA DO TOTAL DO TESOURO DIRETO



O número de investidores brasileiros em criptomoedas – tendo o Bitcoin como protagonista – já encosta em 1,4 milhão, mais do que o dobro do número de CPFs cadastrados na Bolsa brasileira, a B3, hoje na casa de 620 mil. Se mantido esse ritmo, o número dos compradores deste tipo de ativo ultrapassará, em breve, o volume de investidores do Tesouro Direto, que vem comemorando números recordes, atualmente em cerca de 1,8 milhão.
O volume financeiro movimentado no ano passado pelas criptomoedas foi de R$ 8,2 bilhões. O Bitcoin virou febre após sua cotação chegar a US$ 20 mil – uma valorização de 1.400%. O interesse se mantém em 2018, mesmo após a queda brusca no valor, que chegou a US$ 6,9 mil na segunda-feira passada (5).
A nova notícia é que, agora, os olhos do mercado financeiro tradicional estão voltados para quando parte desses investidores migrarão seus recursos para valores mobiliários, como as ações de empresas negociadas em Bolsa.
Perfil – Essa aposta tem razão simples. Segundo dados das corretoras de criptomoedas, o grupo dos investidores de Bitcoin no Brasil é formado em grande parte por homens solteiros, entre 25 e 35 anos – exatamente um público que, de acordo com economistas, pode investir em maior peso em ações.
Esse perfil responde hoje por aproximadamente 25% dos investidores da B3, considerando o número de contas abertas. Há ainda o público feminino, de potencial crescente. “Quem começou a investir em bitcoin está começando a se acostumar com volatilidade. Depois de vários anos de altas taxas de juros, agora o jovem parece aceitar bem esse risco”, afirma Luiz Roberto Calado, economista da corretora Mercado Bitcoin – que já está próxima de alcançar, sozinha, 1 milhão de clientes.
Além do gostinho que ficou da valorização da moeda no ano passado, contribui para o crescimento rápido desse mercado a possibilidade de compra de uma fração de moedas digitais, com aportes baixos, de R$ 50 por exemplo. Ou seja, não há a barreira que existe em outros ativos financeiros, diz o especialista em criptomoedas da XP Investimentos, Fernando Ulrich, que chegou à XP em novembro. “Hoje, o perfil dos investidores já é muito mais pulverizado.”(ABr)