
Os cerca de 13 mil cartórios brasileiros contribuíram em 2016 para um total de receitas ao erário de R$ 6 bilhões, sem despesa alguma. Os cartórios estatizados da Bahia geravam prejuízo superior a quarenta milhões por ano somente com pessoal, toda a arrecadação ia para o Tribunal da Bahia, mas as despesas eram muito maiores que as receitas. Hoje, cerca de 40% de tudo que os cartórios arrecadam vão diretamente para a União, Estados e Municípios. Em épocas de crise como a atual, em que o desequilíbrio das finanças recomenda ajustes e esforços de receita para superar déficits, a importância dos cartórios não só para a vida social brasileira, mas também para sua economia fica cada vez mais evidente. Quem faz estas observações é o tabelião concursado Naurican Lacerda, titular do 1º Cartório de Protesto, Registro de Títulos e Documentos de Pessoas Jurídicas de Goiânia (GO).
Além dos valores que saem diretamente das custas dos cartórios, o Governo arrecada ainda quantias muito maiores com o recebimento de impostos cobrados ou fiscalizados pelos cartórios. Especificamente no caso de sua cidade, a capital de Goiás, ele destaca que o protesto de títulos públicos carrearam aos cofres da Prefeitura Municipal no biênio 2015/16 uma receita líquida de R$ 162 milhões, com o protesto de CDAs (certidões da dívida ativa) oriundas da cobrança de IPTU, ISS e outros tributos municipais, pelas quais a Prefeitura de Goiânia não paga um centavo. "Tal soma arrecadada demonstra a importância hoje dos cartórios extrajudiciais para a população brasileira, pois esses recursos vão para o orçamento público ajudar no equilíbrio das finanças”, assinala Naurican Lacerda, que é também presidente do Instituto Cartórios por um Brasil Melhor (CBM), entidade que fez o levantamento financeiro.