segunda-feira, 28 de março de 2022

Polícia inglesa prende sete suspeitos de integrarem grupo hacker que atacou Ministério da Saúde













A polícia inglesa prendeu sete pessoas suspeitas de integrarem o grupo de hackers Lapsus$, que ficou conhecido no Brasil por assumir a autoria do ataque contra o Ministério da Saúde do Brasil em dezembro do ano passado. As prisões ocorreram nesta semana.

As prisões, porém, ocorreram no contexto de outras investigações, pois o Lapsus$ é suspeito de realizar ataques contra empresas multinacionais, incluindo Okta e Microsoft. “Sete pessoas entre 16 e 21 anos foram presas e todas foram liberadas sob investigação”, disse o detetive da cidade de Londres Michael O’Sullivan.

Segundo a BBC, um dos líderes do grupo seria um adolecente de 16 anos, estudante de Oxford, em Londres. Porém, não há informações divulgadas pela polícia de que ele estava entre os sete presos.

A reportagem da BBC diz que o garoto se identifica na internet como White ou Breachbase, tem autismo e frequenta uma escola especial em Oxford. Por meio dessas informações, a BBC chegou até o pai do menino, que quando entrevistado, disse desconhecer o envolvimento do filho com o grupo.

O canal conta também que o garoto passou a ser investigado pela polícia depois de grupos rivais divulgarem informações a seu respeito – ele teria mais de 330 bitcoins (hoje R$ 62 milhões) sob seu poder.

O site brasileiro Tecnoblog diz que pelo menos um brasileiro é suspeito de pertencer ao grupo, mas não deu mais detalhes. No Telegram, onde tem um canal público,  o Lapsus$ disse que vai dar uma pausa porque alguns de seus membros “entrarão de férias”.

Ações 

Em dezembro do ano passado, o Lapsus$ teria atacado o Ministério da Saúde do Brasil. O ataque fez com que o aplicativo do Conecte SUS deixasse de exibir dados da vacinação no país, além de ter deixado plataformas como o Painel Coronavírus, o e-SUS Notifica e o Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização fora do ar. A instabilidade durou semanas até os sistemas serem restabelecidos.

Na quinta, 24, a Okta afirmou que foi alvo do grupo As notícias fizeram com que as ações da empresa caíssem cerca de 11% em meio a críticas à velocidade de sua resposta.

Também nesta semana, o grupo também atacou a Microsoft, que reconheceu uma invasão aos seus servidores e o vazamento de códigos fontes de serviços como Bing e da Cortana. Depois do ocorrido, a empresa afirmou que nenhum usuário foi prejudicado. Mercado Livre, Claro, Nvidia, e Samsung também já foram alvos do grupo.

Estadão Conteúdo com informações de Reuters