quarta-feira, 12 de maio de 2021

CPI: Ex-secretário Fabio Wajngarten diz que teve “toda a liberdade possível” para comandar a Secretaria Especial de Comunicação, e que tentou ajudar impasse de Pfizer e União


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A Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia ouve agora o ex-secretário de Comunicação Social da Presidência da República Fabio Wajngarten.

O ex-secretário de Comunicação foi incluído no plano de trabalho da comissão após uma entrevista à revista Veja, em que responsabilizou o Ministério da Saúde, durante a gestão de Eduardo Pazuello, pela demora na compra das vacinas contra a Covid-19 da Pfizer.

Os trabalhos da CPI foram abertos uma hora mais cedo, às 9h, pelo presidente Omar Aziz (PSD-AM) para serem tratadas questões internas da própria comissão – como questões de ordem e outros questionamentos feitos pelos senadores – sem causar atraso à oitiva.

Resumo da CPI da Pandemia:

Campanhas mensais de informação

Wajngarten descreveu, mês a mês, as 11 campanhas de comunicação realizadas pela Secom e pelo Ministério da Saúde entre os meses de fevereiro de 2020 e maio de 2021 – apesar de ele ter deixado o governo em março de 2021.

“As campanhas foram plurais, multimeios. Tivemos 19,5 mil inserções em TV, cobertura nacional, em 54 emissoras. Rádio, com 272 mil inserções em 2.123 emissoras”, detalhou.

“Tivemos mídia exterior digita – painéis eletrônicos interativos – 152 milhões de inserções; mídia exterior estática, sem digital, mais de 3 mil pontos pelo país. Internet e banner: 1,1 bilhão de exibições; internet e vídeo: 375 milhões de visualizações das campanhas”, completou.

Ele afirmou que há uma “impressão equivocada” ao dizer que o governo não comunicou durante a pandemia.

“Por que passa a impressão que não comunicou? Porque a comunicação evoluiu, estamos na bolha de Brasília. Aqui estamos na guerra do Zap [em referência ao WhatsApp], na guerra da informação, quando a grande população longínqua nem sequer tem acesso à internet.”

Ex-secretário nega qualquer tipo de interferência

Questionado pelo relator se teve liberdade para estabelecer as estratégias de comunicação da presidência, Wajngarten afirmou que teve “toda a liberdade possível” para comandar a secretaria especial de Comunicação, “sem absolutamente nenhuma interferência de ninguém”.

Ele disse ainda que deixou a família em São Paulo para ir morar em um hotel de Brasília e que, portanto, “ao menor sinal de interferência teria ido embora”.

Ainda de acordo com Wajngarten, o trabalho da pasta durante o período da pandemia foi técnica e objetiva, “como desde o primeiro momento [no governo]”.

Wajngarten diz que tentou ajudar impasse de Pfizer e união

Em sua fala inicial, antes dos questionamentos de integrantes da CPI, Wajngarten afirmou que a comunicação de um governo interage com toda a máquina governamental. “Uma delas envolveu, exatamente, a compra de imunizantes pelo governo brasileiro.”

“Quando soube em novembro do ano passado que a Pfizer endereçara uma carta ao governo brasileiro, procurei imediatamente tentar auxiliar de eventual impasse”, disse o ex-secretário.

Wajngarten disse que sua “atitude pro-ativa em relação ao laboratório produtor da vacina” foi republicana e teve como único objetivo ajudar.

Requerimentos para convocar outras testemunhas

Os trabalhos da CPI foram abertos nesta quarta-feira com uma questão de ordem do senador Marcos Rogério (DEM-RO) questionando quando serão votados os requerimentos de convocação para testemunhas relacionadas a possível fraudes com dinheiro público em estados e municípios.

Aziz afirmou que esses requerimentos serão apreciados pela CPI a partir de junho, depois que forem ouvidas que as pessoas que já foram convocadas.

“Estou aguardando que os pedidos de informação feito aos estados cheguem. No início de junho, depois de ouvidas as pessoas que já estão convocadas, será chamado o secretário de saúde do AM e, a posteriormente, serão encaminhados todos os requerimentos.”

Mudança no depoimento da Pfizer

O presidente da CPI da Pandemia confirmou à CNN que apenas Carlos Murillo, ex-CEO da Pfizer Brasil e atual CEO da empresa na América Latina, será ouvido na sessão de quinta-feira (13).

Inicialmente, estava previsto também a participação de Marta Díez, atual diretora-presidente da Pfizer no país. “A Marta, que é a atual CEO Brasil não participou das negociações e nem está no Brasil ainda. Por isso, teremos apenas a participação do Carlos Murillo”, disse Aziz.

A agenda da CPI no site do Senado já foi atualizada apenas com o nome de Murillo na oitiva de quinta-feira.

CNN Brasil