O ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin, autorizou a Polícia Federal a usar dados de duas operações relacionadas à Lava Jato do Rio para investigar o ministro Dias Toffoli.
Os dados foram usados no embasamento do relatório que a Polícia Federal aponta a necessidade de apuração de um suposto crime de corrupção do ministro envolvendo venda de decisões judiciais.
Antes da permissão dada por Fachin, o juiz Abel Gomes, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, negou o compartilhamento por envolver pessoas com foro, e o procurador-geral da República, Augusto Aras, se manifestou contra porque a Polícia Federal não indicou quem eram os investigados.
Fachin concordou com o argumento da Polícia Federal de que o acordo de colaboração de Sérgio Cabral tem uma cláusula que prevê o uso de informações coletadas nas operações Calicute e Boca de Lobo —a primeira prendeu o ex-governador, em 2016, e a outra, seu sucessor, Luiz Fernando Pezão, em 2018.
O material então foi utilizado nos pedidos de 20 inquéritos para apurar possíveis crimes praticados por pessoas com foro nas cortes superiores.