quarta-feira, 19 de maio de 2021

Estudo prevê que vacinação contra a Covid-19 só será concluída em julho de 2022 no Paraná















 Um estudo desenvolvido por pesquisadores de grandes universidades brasileiras do projeto ModCovid19 criou um modelo matemático que fornece previsões de quando a vacinação contra a Covid-19 será concluída em cada município brasileiro. O sistema utiliza os dados disponibilizados pelo Governo Federal para obter o ritmo da vacinação em cada cidade e, com isso, projetar quando toda a população já terá recebido todas as doses necessárias do imunizante. Nos cálculos, é considerado o ritmo de vacinação dos últimos 30 dias para projetar quando a vacinação será finalizada no Brasil. A previsão é atualizada de acordo com a chegada de novas vacinas, o aumento ou a diminuição do ritmo de vacinação e outros critérios que impactam na aplicação do imunizante. Segundo a plataforma, com o ritmo atual de vacinação, com média diária de vacinação de 23.365,83 doses por dia, todos os paranaenses estarão vacinados daqui a 415 dias, ou seja em 7 de julho de 2022. Em Curitiba, toda a população estará imunizada contra a Covid-19 daqui a 374 dias, em 27 de maio de 2022, com o atual ritmo diário de 3.888,03 pessoas vacinadas. Apesar de desanimadora, as duas previsões são bem melhores que a do Brasil que, segundo dados desta terça (18), só deve ter imunizado toda a população em 25 de dezembro de 2022.

De acordo com a plataforma, o Paraná já vacinou 2.845.593 paranaenses, sendo 1.863.247 com a primeira dose e 982.343 com a segunda dose. Em Curitiba, foram 579.395 vacinados, sendo 382.949 com a primeira dose e 196.446 com a segunda dose. 

O Painel de Vacinação da Covid-19 é aberto e está disponível para toda a população.  Dentro da plataforma, o usuário só precisa selecionar o estado e a cidade desejados e verá, além da projeção para o fim da vacinação, detalhes sobre doses aplicadas por dia, doses aplicadas com atraso, demanda diária por vacinas, vacinação precoce, abandono da vacinação e muito mais. 

Outra grande preocupação dos pesquisadores para apresentar todas essas informações foi remover inconsistências nos dados oficiais. “Na base fornecida pelo Governo, existem milhões de dados com problemas. Há dados de vacinados que teriam nascido no século XIX, recebido a segunda dose em uma data anterior à primeira, recebido mais de uma dose no mesmo dia, recebido apenas a segunda dose, recebido vacinas diferentes e recebido a vacina antes de 2021”, explica o professor Krerley Oliveira, coordenador do Laboratório de Estatística e Ciência dos Dados da UFAL. “Nós fazemos a limpeza desses dados, fazendo com que as informações que mostramos tenham menos erros e sejam mais próximas da realidade do que as disponibilizadas oficialmente”, resume.