quarta-feira, 1 de julho de 2020

Secretária da Saúde do Amazonas é presa pela Polícia Federal



A secretária da Saúde do Estado do Amazonas, Simone Papaiz, foi presa nesta terça-feira (30) pela Polícia Federal na Operação Sangria, conduzida em conjunto com o Ministério Público Federal.

Além de Simone, foram presos:

João Paulo Marques dos Santos, ex-secretário de saúde;
Perseverando da Trindade Garcia Filho, ex-secretário executivo adjunto de saúde;
Alcineide Figueiredo Pinheiro, ex-gerente de compras da secretaria de saúde;
Fábio José Antunes Passos, dono da FJAP Importadora;
Cristiano da Silva Cordeiro, dono da Big Trading e Empreendimentos Ltda;
Luciane Zuffo Vargas de Andrade, dona da empresa Sonoar;
Renata de Cássia Dias Mansur Silva, sócia da Sonoar;

As medidas foram determinadas pelo ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça, e incluem o bloqueio de bens no valor R$ 2,976 milhões, de 13 pessoas físicas e jurídicas.

A investigação apura a atuação de uma organização criminosa instalada no Governo do Amazonas com o objetivo de desviar recursos públicos destinados a atender as necessidades da pandemia de Covid-19.

De acordo com o MPF, com a participação direta do governador, foram identificadas compras superfaturadas de respiradores, direcionamento na contratação de empresa, lavagem de dinheiro e montagem de processos para encobrir os crimes praticados.

A subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo sustentou que as investigações permitiram, até o momento, “evidenciar que se está diante da atuação de uma verdadeira organização criminosa que, instalada nas estruturas estatais do governo do estado do Amazonas, serve-se da situação de calamidade provocada pela pandemia de Covid-19 para obter ganhos financeiros ilícitos, em prejuízo do erário e do atendimento adequado à saúde da população”.

Em um dos contratos investigados foi encontrada suspeita de superfaturamento de, pelo menos, R$ 496 mil. Além disso, apurou-se que os respiradores foram adquiridos por valor superior ao maior preço praticado no país durante a pandemia, com diferença de 133%.

No esquema identificado pelo MPF e pela Polícia Federal, o governo do estado comprou, com dispensa de licitação, 28 respiradores de uma importadora de vinhos. Em uma manobra conhecida como triangulação, uma empresa fornecedora de equipamentos de saúde, que já havia firmado contratos com o governo, vendeu respiradores à adega por R$ 2,480 milhões.

As informações são do Amazonas Atual.