terça-feira, 18 de setembro de 2018

Quase 900 armas de policiais de SP foram roubadas ou furtadas nos últimos 5 anos



Segundo dados da Secretaria da Segurança Pública, 504 armas de policiais civis e militares do estado de São Paulo foram roubadas e 371 furtadas nos últimos cinco anos.
Entre 2013 e 2017, a PM teve 468 armas roubadas de seus agentes e 338 furtadas, totalizando 806 armamentos que saíram das mãos dos profissionais da Segurança Pública.
No mesmo período, a Polícia Civil teve roubadas e furtadas, respectivamente, 36 e 33 armas de fogo, totalizando 69.
Na capital paulista, não foi diferente: foram 227 armas roubadas e 128 furtadas da PM, e 17 roubadas e 15 furtadas da Civil.
As pistolas foram as armas mais levadas por criminosos. Ao todo, foram 416 pistolas roubadas e 283 furtadas, representando, respectivamente, 82,5% e 76,2% do total de armas tiradas das mãos de agentes de segurança no estado.
Mercado ilegal
Segundo o mais recente o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, de 2017, quase 14 mil armas de fogo legais foram “perdidas, extraviadas ou furtadas” no Brasil.
No mesmo período do ano passado, foram 37 assaltos a militares e nove a civis.
Segundo o gerente de Sistemas de Justiça e Segurança Pública do Instituto Sou da Paz, Bruno Langeani, geralmente as armas usadas por criminosos são fabricadas no Brasil, compradas legalmente por pessoas físicas, ou por quem realiza segurança privada, além de policiais.
“Estas armas podem ser desviadas no decorrer de suas vidas úteis”, afirma. “A arma, em invés de repelir, é um elemento de atração. Se o criminoso descobre que há uma arma em um local, isso se torna um ‘ímã’ para a invasão de casas ou fazendas, por exemplo”, diz.
Segundo ele, as armas furtadas ou roubadas “estão dando tiro na polícia” no dia seguinte, contribuindo para o aumento da criminalidade.
Número insignificante
Já para o especialista em segurança pública e presidente do Movimento Brasil Livre, Benedito Gomes Barbosa Júnior, defensor do direito das pessoas adquirirem armas de fogo, a totalidade dos roubos e furtos de armas de policiais “é um número insignificante”, comparado às apreensões de armamentos realizadas no estado de São Paulo — 86.987, entre 2013 e 2017.
“Se pensarmos que um cidadão não pode ter arma porque ela pode ser roubada, tem que usar isso também para as polícias. Isso é uma enorme bobagem, tão bobagem como dizer que o cidadão não pode ter uma arma, porque ela pode ser furtada.” (Com informações da FolhaPress)