domingo, 15 de julho de 2018

Justiça condena 50 pessoas por importação clandestina de anabolizantes e eletrônicos

Avião utilizado pela quadrilha, alvejado pela FAB quando retornava ao Paraguai,  foi encontrado no aeroporto de Paranavaí, em 2015 (Foto: Wilson Del Passo/ RPC)

A Justiça Federal de Paranavaí, no noroeste do Paraná, já condenou 50 pessoas em processos decorrentes da Operação Celeno, que desarticulou o maior esquema de importação clandestina de anabolizantes e eletrônicos por meio aéreo no Brasil, segundo o Ministério Público Federal (MPF).

Os investigados viraram réus dois meses após a deflagração da operação, que foi realizada em junho de 2016. De acordo com as investigações da Polícia Federal (PF), a quadrilha movimentava cerca de R$ 3 bilhões por ano em mercadorias trazidas clandestinamente para o país.

Ao todo, sete processos já tiveram a sentença publicada – sendo a mais recente de 3 de julho. As penas somadas chegam a 553 anos de reclusão. Entre os condenados estão os líderes de quatro grandes organizações criminosas envolvidas nos crimes. Ainda há outras ações pendentes de julgamento.

Também já foram confiscados vários bens, como 12 aeronaves, 63 veículos e 26 imóveis, além de dinheiro, joias, eletrônicos e cavalos de raça, de acordo com o MPF.

O valor mínimo estipulado para reparação de danos à União foi de mais de R$ 116 milhões, ainda conforme o MPF.

A acusação

Segundo o MPF, a organização criminosa era formada por quatro núcleos que agiam no Paraguai e nos estados do Paraná, São Paulo e Minas Gerais.

Durante as investigações, foi apurado que os quatro grupos, quase diariamente, conduziam aeronaves de Salto Del Guairá, no Paraguai, até pistas clandestinas no interior de São Paulo. As mercadorias eram encaminhadas para entrepostos de armazenamento, de onde eram transportadas por caminhões até os destinatários finais.

As ações tramitam na Justiça Federal de Paranavaí porque, de acordo com o MPF, o aeroporto da cidade era usado por todos os núcleos da quadrilha para o abastecimento e manutenção das aeronaves. As denúncias narram a realização de 585 voos clandestinos.

Conforme as invetigações. Os responsáveis pelos fretes aéreos eram contratados por agenciadores baseados em Foz do Iguaçu, no Paraná, e em cidades do Paraguai. Parte da comercialização dessas mercadorias acontecia em empresas dos próprios contrabandistas, estabelecidas em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo e também na capital paulista.