sexta-feira, 20 de julho de 2018

Gaeco prende 11 pessoas em operação contra quadrilha que vendia carros roubados pela internet

Um dos três carros apreendidos durante a operação conjunta do Gaeco e da Polícia Civil, nesta quinta-feira (19) (Foto: Reprodução/RPC)

Uma operação conjunta do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Polícia Civil prendeu, nesta quinta-feira (19), 11 pessoas suspeitas de integrar uma quadrilha que vendia carros roubados pela internet.

De acordo com o Ministério Público do Paraná (MP-PR), foram expedidos 14 mandados de prisão, sendo que três alvos já estavam presos. Outras dez pessoas foram presas preventivamente nesta quinta, pelas ordens judiciais, e um é considerado foragido. Além disso, uma pessoa foi presa em flagrante porque estava com um veículo adulterado.

Outros 16 mandados de busca e apreensão para dez residências e seis locais comerciais de Curitiba, de Londrina, no norte do estado, e de Guarapuava, na região central do estado. Até as 15h desta quinta, haviam sido apreendidos três carros, telefones celulares e documentos falsos.

Conforme as investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Polícia Civil, a organização criminosa comprava veículos que eram roubados ou furtados principalmente em Curitiba e Região Metropolitana.

Em seguida, os veículos eram levados para Guarapuava. Segundo o MP-PR, a organização criminosa não participava dos crimes de furtos e roubos dos veículos, mas adquiria os veículos de outros "fornecedores".

“Chegando em Guarapuava, os veículos eram adulterados, os documentos falsificados e as CNHs [Carterias Nacionais de Habilitação] também falsificadas para que então eles pudessem ser anunciados e revendidos através da internet”, detalha a promotora do Gaeco Nicole Mader.

De acordo com o delegado Vitor Bruno da Silva, da Delegacia de Furtos e Roubos de Curitiba, os carros eram vendidos como se estivessem regulares.

“Terceiros, de boa fé, adquiriam esses veículos e eram enganados por essa organização criminosa. Pagavam o preço de mercado desses veículos e, depois, quando a polícia descobria, eles perdiam o valor pago", explica o delegado.

Silva explica que as investigações começaram na Delegacia de Furtos e Roubos da capital depois que várias pessoas que tiveram carros clonados pela quadrilha procuraram a polícia.

“Com base em vários casos nós afunilamos, fizemos a filtragem de padrões e chegamos até essa organização criminosa”, afirma.

Um policial militar suspeito de acessar o banco de dados do estado para passar informações aos criminosos foi afastado da funçãoa partir das investigações.

“Ele [o policial militar] garantia que os veículos pudessem ser esquentados, digamos assim, com dados de boa procedência. E pra fazer isso, ele acessava sistemas de acesso exclusivo à Polícia Militar. Então a gravidade se torna ainda mais acentuada”, afirma a promotora.

Entre os crimes investigados na operação estão organização criminosa, receptação, adulteração de sinais de veículos, falsificação de documentos e estelionato.

A partir de agora, o MP-PR tem um prazo de dez dias para oferecer ou não denúncia à Justiça contra os suspeitos de envolvimento na organização criminosa.