
Após uma semana de intensa mobilização e repúdios à intervenção externa na autonomia da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), a reitora Valéria Correia concedeu entrevista coletiva nessa quarta-feira (14), na qual demonstrou rendição diante da imposição da exoneração sem motivo da superintendente do Hospital Universitário, Fátima Siliansky, por decisão da direção nacional da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), ligada ao Ministério da Educação (MEC).
Durante a coletiva à imprensa alagoana, a reitora da Ufal e seu vice-reitor José Vieira apresentaram a nova superintendente Regina Maria dos Santos, indicada por Valéria Correia para comandar o HU, até quando a Ebserh bem entender.
A reitora tentou tratar o episódio como “fato superado”, após desistir de exigir a recondução de sua indicada Fátima Siliansky, exonerada em 6 de junho. E mesmo tendo afirmado que no dia anterior teve “preservada a autonomia da Ufal” pela Ebserh, em Brasília-DF, demonstrou constrangimento ao ter de admitir que a intervenção é um fato consumado, com o qual terá que lidar.
“Esse fato tomou uma dimensão nacional, porque, de fato, a exoneração da professora Fátima Siliansky revela a fragilidade da autonomia universitária com a relação com a empresa [Ebserh]. Porque a prerrogativa do reitor e da reitora, de uma forma geral, é apenas de indicar o nome da superintendente. No caso, eu havia indicado. Mas a prerrogativa de nomear é da Presidência da Ebserh. E quem nomeia, pode exonerar. Então, de fato, o que ocorreu aqui, externa, expressa, demonstra a fragilidade no processo de autonomia universitária nessa relação da Ufal com a Ebserh”, respondeu a reitora Valéria Correia, quando questionada pelo jornalista Thiago Correia, da TV Pajuçara (Record).