sexta-feira, 23 de junho de 2017

DEFESA DA JBS FALA QUE EMPRESA SOFRE ‘RETALIAÇÃO’ DO GOVERNO APÓS DELAÇÃO



O escritório de advocacia Bottini & Tamasauskas, que atua na defesa da JBS e participou das negociações do acordo de leniência de todo o grupo J&F, controlador da companhia, considera que seu cliente está sendo vítima de “retaliação” do governo. “Consideramos que, sim, a empresa vem sendo perseguida porque decidiu colaborar com as autoridades para o esclarecimento de crimes”, diz a nota enviado pelo escritório ao Estado.
O escritório destaca uma lista de ações de órgãos públicos que ilustrariam seus argumentos. Diz que os bancos públicos, como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, foram as primeiras instituições financeiras a cortar novas linhas de crédito para empresas do grupo J&F, bem antes dos bancos privados. Em outra frente, segundo o escritório, a Petrobras lançou mão de uma cláusula anticorrupção para extinguir o contrato de fornecimento de gás para a Âmbar. outra empresa do grupo, e anunciou a cobrança de uma multa da ordem de R$ 70 milhões.
O escritório ainda informa que CPI da Previdência convocou diretores da JBS para depor sobre as dívidas previdenciárias da companhia, mas o gerente jurídico da área tributária da JBS, Fábio Chilo, foi questionado sobre compra de dólares, empréstimos do BNDES e mais outras coisas, muito além do escopo da CPI e de suas atribuições dentro da empresa.
A mesma Advocacia-Geral da União (AGU), que pediu o bloqueio de bens da empresa na quarta-feira, 21, já havia dito que iria processar a JBS e pediu acesso ao acordo de leniência. O escritório destaca ainda que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o xerife do mercado de capitais, que acompanha a conduta de empresas listadas em bolsa, abriu, até agora, 11 procedimentos contra a JBS - nove processos administrativos e dois inquéritos.
Há ainda dois outros processos de fiscalização externa abertos para fiscalizar empresas de auditoria que trabalharam para a JBS. O escritório destaca ainda que se noticia que o Refis do Funrural corre riscos de não ser aprovado porque uma das beneficiadas seria a JBS e que a Receita Federal apertará o cerco contra a empresa.