
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, atua para blindar executivos e funcionários da instituição durante os trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS no Congresso. Um dos alvos do colegiado são os investimentos feitos pelo banco na empresa de Joesley Batista durante os governos Lula e Dilma Rousseff.
A criação da CPMI foi o que ajudou a derrubar Maria Silvia Bastos Marques da presidência do BNDES. Ela pediu demissão porque não gostou de ver que o governo e a base aliada não fizeram nada para barrar uma CPMI que poderá expor e desgastar a instituição.
Há uma semana no cargo, o novo presidente tenta uma estratégia diferente. Rabello de Castro quer assumir a defesa do BNDES, preservando técnicos e demais executivos. Em troca, ele se comprometeu a entregar um “dossiê” detalhado de todas as “ações controversas” tomadas durante a gestão do ex-presidente do banco Luciano Coutinho nos governos do PT.
Durante a gestão de Coutinho, a JBS se tornou o símbolo da política de campeões nacionais, com sucessivos aportes de recursos realizados pelo banco. Foi por conta dessa política que a JBS se transformou numa das maiores empresas de proteína animal do mundo.
“Se for para tratar do BNDES, respondo sozinho. Vou responder solitariamente. Isso não tem nada a ver com funcionários. Eu pretendo trazer um documento sobre essas perguntas, um relatório do que é controverso. O fato de um ou dois funcionários terem cometido alguma falha analítica não tem nada a ver com o banco. Uma falha pode ter acontecido porque não houve uma checagem. Avião não cai? Por causa disso você deixa de usar a companhia aérea?”, questionou.