quarta-feira, 12 de abril de 2017

MARCELO ODEBRECHT DIZ QUE PAGOU PROPINAS DE R$13 MILHÕES A LULA



O ex-presidente do Grupo Odebrecht Marcelo Odebrecht confirmou na segunda-feira, 10, em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o “amigo” registrado na planilha de propinas milionárias da empreiteira. Marcelo Odebrecht afirmou ainda que “Italiano” – alcunha também lançada na planilha – é uma referência ao ex-ministro Antonio Palocci e “Pós Itália”, ao ex-titular da Fazenda Guido Mantega.
As informações foram divulgadas pelo site O Antagonista e confirmadas pelo jornal O Estado de S. Paulo. Ao citar valores, conforme relatos, Marcelo Odebrecht disse que R$ 13 milhões em espécie sacados pelo ex-assessor de Palocci, Branislav Kontic, ou “Programa B”, entre 2012 e 2013, foram entregues a Lula. A defesa do petista nega taxativamente seu envolvimento em qualquer tipo de ilegalidade.
O empreiteiro foi interrogado durante duas horas e meia em ação penal na qual é réu junto com Palocci – ambos cumprem prisão preventiva em Curitiba.
Marcelo Odebrecht falou ainda sobre os R$ 4 milhões que teriam sido repassados ao Instituto Lula e na soma de R$ 12,4 milhões supostamente investida na compra do prédio do Instituto. Também abordou a cifra de R$ 50 milhões em propinas para Mantega que teriam sido usados na campanha da presidente cassada Dilma Rousseff.
No depoimento ele praticamente reiterou o que já havia dito à Procuradoria-Geral da República (PGR) e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Como delator da Lava Jato, Marcelo Odebrecht se obrigou a responder a todas as perguntas, diferentemente da primeira vez em que foi ouvido por Moro, ainda em 2016.
Na ocasião, limitou-se a entregar esclarecimentos por escrito, não respondeu a nenhuma indagação do magistrado e acabou condenado a 19 anos e quatro meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro do esquema de propinas e cartel na Petrobrás.