quarta-feira, 10 de março de 2021

'Jovens adultos' são o novo grupo de risco da pandemia

 



Os jovens adultos, que são pessoas na faixa etária entre 30 e 49 anos de idade, são o novo grupo de risco da pandemia. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba, desde o início da pandemia esse grupo é o mais acometido pela Covid-19. Agora, porém, houve um aumento expressivo nos índices de internação e na velocidade de agravamento dos quadros clínicos, o que sobrecarrega o sistema de saúde, que está em colapso por todo o Paraná.

De acordo com Alcides Augusto Souto de Oliveira, diretor do Centro de Epidemiologia da SMS, ao longo do último mês houve um aumento de 27% nas demandas por Unidades de Terapia Intensiva (UTI) em Curitiba e de 26% na procura por leitos clínicos por pacientes com Covid-19. O crescimento, aponta ele, acontece porque neste novo momento da crise sanitária, com a circulação de uma nova variante do coronavírus, os adultos jovens, com idade entre 30 e 49 anos de idade, estão apresentando quadros mais graves da doença.

“Sempre foi o grupo mais acometido, mas fazia uma forma leve da doença. O que observamos agora em Curitiba, no Paraná e no Brasil, é que esse grupo continua adoecendo frequentemente, mas com uma forma de transmissão mais rápida e internando em um curto prazo, o que leva a uma procura excessiva pelos serviços de saúde”, explica o diretor. “Também vemos que existem vários fatores para esse tipo de cenário, como o deslocamento de pessoas, a nova variante, tudo isso tem contribuído por esse aumento de demanda. É um cenário que demanda alerta máximo sobre a doença”, complementa.

Já a secretária municipal da saúde, Márcia Huçulak, destaca que o cenário pandêmico na cidade começou a mudar em 15 de fevereiro, quando se registrou um aumento na demanda em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Na sequência, veio o aumento na demanda por internamento, sobrecarregando os hospitais.

“[Os jovens adultos] Era uma faixa etária que Esse cenário tem uma virada a partir do dia 15 de fevereiro, quando começou a aumentar a demanda nas UBS e UPAs, e depois vem um aumento na demanda por internamento. Era uma faixa etária que raramente internava, mas essa nova variante tem provocado uma mudança no perfil das pessoas acometidas. Não sabemos ainda se por conta da variante eles tem agravado muito rapidamente. Antes, agravava entre o 7º, 10º dia. Agora gravam muito rapidamente para uma condição de necessidade de suporte ventilatório”, diz ela.