quarta-feira, 31 de março de 2021

Quadrilha no PR suspeita de golpe bilionário prometendo venda de pés de frango pra empresas estrangeiras

 



Policiais civis do Paraná estão, desde as primeiras horas da manhã, cumprindo dois mandados de prisão preventiva e outros quatro de busca e apreensão contra envolvidos em um golpe contra empresas estrangeiras que pode ter rendido uma fraude maior que R$ 1 bilhão. Segundo a Polícia Civil, a ação ocorre nos estados do Paraná e Rio de Janeiro. O líder da quadrilha dizia ser um grande comerciante estrangeiro e parceiro de grandes multinacionais.

Também foram determinados bloqueio de contas bancárias e sequestro de bens. Além de Curitiba e Pinhais, na região metropolitana, as buscas ocorrem em Macaé, no Rio de Janeiro. O objetivo é apreender documentos que auxiliem na continuação das investigações.

Segundo as investigações, coordenadas pelos delegados Emmanoel David e Guilherme Dias, a Polícia Civil já identificou empresas vítimas do golpe em países como Chile, China, Noruega, Turquia, Hong Kong, Estados Unidos e Canadá. Somente uma das empresas chegou a depositar R$ 320 milhões na conta do estelionatário.

Conforme apurado, o principal suspeito pratica fraudes há cerca de quatro anos. Ele falsifica documentos públicos e particulares, e induz as vítimas a depositarem altas quantias na conta de sua empresa, sob a promessa de entregar produtos de proteína animal, como pés de frango. Acontece que as mercadorias nunca chegaram ao destino. Ele chegou a alugar um prédio, onde supostamente montou a sede da empresa pra enganar representantes das empresas estrangeiras.

Para concretizar as “vendas”, o investigado apresentava aos clientes um portfólio, que atribuía a ele parcerias com empresas do ramo de proteína animal, todas com grande renome no cenário nacional.

O golpista solicitava pagamento de 10 a 30% do valor total do serviço, como sinal. O restante seria depositado após a passagem dos supostos produtos pela aduana, o que nunca ocorria. Quando as vítimas percebiam a demoram, entravam em contato e o suspeito inventava diversas desculpas, dentre elas a pandemia da Covid-19.

A PCPR identificou que o suspeito conseguiu receber ao menos R$3 milhões com as fraudes negociadas, pois algumas instituições financeiras se negaram a intermediar o recebimento de valores, ao verificar que a documentação apresentada era fraudulenta.

Os indivíduos devem responder por associação criminosa, estelionato, falsificação de documento público e particular.