quarta-feira, 10 de março de 2021

Estudo prevê 4ª onda de Covid-19 em Curitiba com número de mortos quatro vezes maior até o fim de março

 



Curitiba pode registrar entre 80 e 90 mortes por dia até o fim de março. O número é quatro vezes maior as 20 mortes registradas no município nesta terça-feira, 9 de março. 

A previsão é de sem medidas restritivas mais rígidas, com isolamento social por exemplo, que a capital paranaense passe por uma quarta onda de Covid-19. O cenário é apontado por especialistas em uma Nota Técnica do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. Os cientistas são os mesmo que previram o caos registrado em Manaus.

O documento reporta as conclusões de estudo adotando o modelo SEIR (Susceptíveis-Expostos-Infectados-Recuperados). Este modelo estatístico computacional constitui ferramenta primária para estudos epidemiológicos de resposta à Covid 19 em nível global. 

Os modelos SEIR têm predito com precisão o aumento de casos, internações, óbitos e a ocorrência de novas ondas no Brasil, a exemplo da segunda onda em Manaus. O texto alerta que "a negligência em ignorar estes resultados têm representado um alto custo de perda de vidas."

O modelo SEIR projeta que Curitiba deve ter de 80 a 90 mortes diárias por Covid 19 no final de março e início de abril, podendo chegar a mais de 100 óbitos diários neste período, se não forem adotadas medidas mais rígidas de isolamento social. "A inviabilidade do retorno presencial ou híbrido para Curitiba neste momento é respaldada pelo modelo SEIR, onde estima-se que este retorno iria acelerar a transmissão da Covid 19, colocando em risco de infecção mais de 500 mil pessoas", registra a Nota Técnica.

Curitiba teve duas ondas de Covid 19 em 2020, com picos de mais de 20 óbitos diários. A primeira onda teve seu auge em agosto e a segunda, em dezembro. 

A partir do final de fevereiro de 2021 ocorreu um aumento explosivo no número de casos e o modelo estatístico computacional SEIR projetou a curva de óbitos para 80 diários no final de março/início de abril. O modelo SEIR prevê ainda que, com o agravante de não termos ainda um plano efetivo de vacinação, uma quarta onda de COVID-19 se forme a partir de julho.

O estudo cita o caso de Manaus como um alerta para os efeitos desastrosos de ignorar recomendações técnicas epidemiológicas. "O Brasil já possui exemplos claros que mostram as trágicas consequências de se negligenciar a aplicação de isolamento social e propiciar um retorno precoce das atividades não essenciais e aulas presenciais. 

A cidade de Manaus foi a primeira capital do Brasil a flexibilizar a abertura do comércio e retomar as aulas presenciais, ignorando recomendações técnicas que previam um aumento de casos. Após três semanas do retorno presencial do ensino fundamental, o número de casos de Covid 19 no município dobrou, resultando na segunda onda", diz a Nota.