domingo, 1 de novembro de 2020

Vacinas na fase 3 correm poucos riscos de terem pesquisas suspensas, diz coordenador da Conep


 













Jorge Venancio, coordenador da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), afirmou à CNN que as quatro vacinas em fase 3 de testes no Brasil correm poucos riscos de terem as pesquisas suspensas. Segundo ele, se não ocorrer nenhum evento adverso nos voluntários, é provável que todos os imunizantes em fase final de testes sejam aprovados no país.

“Recentemente, tivemos um artigo na revista Lancet falando que a taxa de sucesso nas pesquisas de fase 3 de vacinas está em torno de 10% a 12%. Ou seja, a cada 8 ou 10 pesquisas, uma dá certo. Então, não temos garantia nenhuma de que todas serão bem sucedidas, embora os resultados preliminares da fase 1 e 2 tenham sido positivos”, disse em entrevista neste sábado (31).

Venancio lembrou que sempre que ocorre reação inesperada em voluntário participante de testes de vacina, a pesquisa é suspensa para que os dados sejam avaliados novamente.

“[Quando isso acontece], geralmente a atitude do comitê independente de cada vacina é interromper a pesquisa para analisar com bastante cuidado aquele caso”, diz o coordenador. “Eles fazem exames para identificar se o que ocorreu com o participante tem a ver com a vacina. (…)  A fase 3 é para isso, identificar se há problemas de segurança para quem toma vacina ou não.”

A CoronaVac, desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac Biotech e imunizante da AstraZeneca e Universidade de Oxford são exemplos de vacinas que estão na Fase 3 dos testes.

Testes não terminam na Fase 3

A velocidade com que as vacinas estão progredindo é incomparável na história, mas especialistas advertem que ainda há um longo caminho até uma vacina segura e eficaz.

Embora ensaios clínicos possam mostrar que uma vacina é segura e eficaz entre dezenas de milhares e até centenas de milhares de pessoas, não é viável que estes ensaios cubram todos os possíveis efeitos colaterais entre certas pessoas ou após um longo período de tempo. Mesmo após o lançamento de uma vacina, é fundamental monitorar a segurança e a eficácia.

Com informações de CNN Brasil e DW