“A Ceasa em nenhum momento parou. Lá fora teve que fechar loja, comércio. Aqui todos continuaram funcionando”, disse o diretor técnico e gerente da Ceasa Curitiba, Paulo Ricardo da Nova.
Para alguns, essa mudança no movimento até aumentou o volume de negócios em plena pandemia. “Para nós, aumentaram as vendas. Isso se deve um pouco pelo fato de as pessoas estarem mais em casa”, avaliou a permissionária Josiliane Dumaiski, que vende pimentões e tomates na Ceasa. O perfil da clientela ajudou para ela e o marido, que está na Ceasa há 20 anos, aumentarem as vendas. “Nossa distribuição para restaurantes é o mínimo. Nossa maior distribuição é para supermercados, quitandas e mercados de bairro, no Paraná e fora do Paraná”.
Consequentemente, também aumentou o trabalho. “O trabalho pessoal aumentou também”, disse Josiliane. “O setor empregatício não ficou sem trabalho. O setor de alimentação não sofreu consequências, como outras empresas que dependem de vendas diretas, como setor de tecidos e roupas”.
Alguns comerciantes, porém, relatam alguma dificuldade nesse período. É o caso do produtor rural Felipe Suoti, que está há 34 anos na Ceasa e vende hortaliças como alfaces e brócolis. “Ultimamente está no vermelho, esse que é o problema”, afirmou ele. “Ao menos, não sobra muito, porque a gente planta o que vende. Então, a gente já leva controlado (para vender)”. Segundo Paulo da Nova, setores como a venda de flores sofreram mais com os efeitos da pandemia. Mesmo assim, não pararam.
Na pandemia, o que a Ceasa verificou foi uma mudança no perfil dos compradores. “Pequenos comerciantes pararam de comprar. Mas grandes redes aumentaram as compras”, afirmou Paulo da Nova. Segundo ele, as pessoas que costumavam almoçar em restaurantes passaram a fazer as refeições em casa. “Isso dificultou para os atacadistas que tinham como clientes os restaurantes, esses sofreram mais. O (comerciante) que tem uma gama maior de compradores, grandes mercados, ou mercados de bairro, esse passou legal”.