sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Professores invadem prédio de secretaria da Educação em Curitiba; governo reclama de 'radicalização'

 

Professores, estudantes e funcionários da rede estadual de ensino do Paraná, realizaram um Ato Público em frente à Secretaria Estadual de Educação pedindo a suspensão do projeto do governo do Paraná que pretende transformar 215 escolas estaduais em escolas cívico militares. Além desta reivindicação, eles denunciam que o atual Secretário de Educação, Renato Feder, teria feito um contrato sem licitação no valor de R$ 3,5 milhões para realizar provas destinadas ao regime de contratação temporária pelo processo seletivo simplificado (PSS). Ao final do ato, os manifestantes ocuparam a sede da Secretaria, pedindo por diálogo.

"Nos viemos aqui para fazer a denúncia de tudo o que está acontecendo e ao mesmo tempo reivindicar o direito legítimo de sermos ouvidos pelo Secretário de Educação, Renato Feder. Chegamos a pedir, dias atrás, que uma comissão fosse ouvida, mas isso não aconteceu," explicou o Professor Hermes de Leão, presidente da APP sindicato. O objetivo é permanecer na sede da Secretaria até que o governo abra o diálogo.

Em nota encaminhada à redação do Bem Paraná, a Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (Seed) disse que vem mantendo ao longo do ano diálogo cordial e transparente com os representantes sindicais dos professores: "A Seed estranha a radicalização por parte dos mesmos. Sobre as críticas feitas pela entidade, vale destacar que a Seed já havia conversado com os representantes dos professores sobre o processo seletivo simplificado e acatou algumas demandas propostas. Sobre a implantação dos Colégios Cívicos, todas as informações sobre o projeto que implementou a consulta pública foram repassadas para a sociedade, em especial na discussão do tema na Assembleia Legislativa do Paraná".

Líder do Governo e Presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, o deputado Hussein Bakri (PSD) lamentou a ocupação do prédio da Secretaria da Educação em Curitiba, na manhã desta sexta-feira (30). O edifício foi invadido por representantes da APP-Sindicato e da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Upes), que são contrários à implantação de colégios cívico-militares no Estado. "O balanço parcial da votação nos colégios aponta quase unanimidade a favor do programa. Mais do que isso, em alguns a comunidade escolar optou livremente por manter o modelo tradicional. Quer processo mais democrático que esse? Essas entidades acusam o Governo de não discutir o projeto, quando, na verdade, são eles que não têm o menor respeito pela democracia", afirmou Hussein Bakri.