domingo, 26 de abril de 2020

Polícia Federal identificou Carlos Bolsonaro como articulador das fake news



A Polícia Federal identificou o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, como um dos articuladores do esquema criminoso de fake news, segundo investigação sigilosa conduzida pelo STF (Supremo Tribunal Federal). A informação é da Folha de São Paulo na reportagem de Leandro Colon PF identifica Carlos Bolsonaro como articulador em esquema criminoso de fake news
Ainda conforme a reportagem, o presidente teria cobrado informações sobre as investigações, em reuniões e por telefone, do então diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo, demitido do cargo da PF na última sexta (23). Valeixo não teria passado as informações o que teria irritado do presidente que acabou pedindo a sua cabeça ao ex-ministo da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro
Um dos quatro delegados que atuam no inquérito é Igor Romário de Paula. Ele coordenou a Lava Jato em Curitiba quando Moro ​era o juiz da operação. Valeixo foi superintendente da PF no Paraná no mesmo período e escalado por Moro para o comando da PF.
Entre os integrantes da Polícia Federal, não há dúvidas de que Bolsonaro teria pressionado Valeixo porque saberia de algum modo que a corporação havia chegado ao seu filho, chamado por ele de 02 e vereador do Rio de Janeiro pelo partido Republicanos.
Bolsonaro via Valeixo como empecilho para obter informações da investigação do Supremo e da própria PF a respeito do caso. Por isso, Bolsonaro teria demonstrado interesse em mudar o nome do principal cargo junto a PF e também da sede da PF do Rio de Janeiro. Essa intenção não passou despercebida ao Supremo e, logo em seguida ao ex-ministro Sergio Moro tornar pública a sua saída do governo, o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news no Supremo, determinou que a PF mantenha os delegados no caso. ​
O inquérito foi aberto em março do ano passado pelo presidente do STF, Dias Toffoli, para apurar o uso de notícias falsas para ameaçar e caluniar ministros do tribunal.
Carlos é investigado sob a suspeita de ser um dos líderes de grupo que monta notícias falsas e age para intimidar e ameaçar autoridades públicas na internet. A PF também investiga a participação de seu irmão Eduardo Bolsonaro, deputado federal pelo PSL de SP.