segunda-feira, 17 de setembro de 2018

R$68,5 milhões apreendidos têm origem em ditadura chefiada por amigo de Lula



A mala apreendida com US$1,4 milhão e R$55 mil em espécie, além de relógios avaliados em US$15 milhões, no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), tem origem em uma das mais corruptas ditaduras africanas, a Guiné Equatorial, cujo tirano Teodoro Obiang, há 38 anos no poder, orgulha-se de ser amigo do ex-presidente Lula.

Dinheiro sujo apreendido.
A fortuna foi apreendida em ricas malas da grife francesa Louis Vuitton por agentes da Policia Federal e da Receita Federal, totalizando R$68,5 milhões entre dinheiro vivo e relógios cravejados de brilhantes, poderia ser destinada à campanha eleitoral do PT, segundo suspeitam adversários do partido, mas não há provas disso. Os valores estavam em poder da comitiva chefiada por Teodoro Obiang Mangpelo, o “Teodorín”, primeiro vice-presidente da Guiné Equatorial, primogênito do ditador e seu mais provável sucessor. Oficialmente, o dinheiro se destinaria a despesas de Teodorín e os relógios seriam de uso pessoal.
A ditadura é conhecida por somente fazer negócios com dinheiro vivo, em espécie, para evitar rastreamento de órgãos internacionais de fiscalização e investigação.
Lula esteve em Malabo, capital da Guiné Equatorial, para uma suposta “palestra” em português a convite da empreiteira Odebrecht, pela qual recebeu US$200 mil (cerca de R$840 mil). Investigadores da Lava Jato acreditam que Lula foi à Guiné Equatorial fazer lobby em favor da Odebrecht naquele país, governado com mão de ferro por Teodoro Obiang.
Ditadura corruptaO dinheiro e os relógios estavam em duas malas, segundo um agente que participou da operação. No total, a delegação carregava 19 malas, além da bagagem diplomática, mas o conteúdo não foi informado.
A Polícia Federal diz que o caso está sob sigilo diplomático e a Receita Federal também não comenta o caso. Em nota, o Itamaraty informa que “se manteve em coordenação permanente com a Receita Federal e a Polícia Federal no acompanhamento do caso, inclusive quanto à adoção das medidas cabíveis”.
O secretário da Embaixada da Guiné Equatorial disse que o filho do ditador veio ao Brasil para “tratamento médico” e que o US$ 1,4 milhão em uma das malas seria utilizado em missão oficial posterior, com destino a Singapura. E os relógios de “uso pessoal” de Teodoro Obiang Mang.
O avião, um Boeing 777 do governo da Guiné Equatorial, chegou a Viracopos trazendo o vice-presidente e mais 10 pessoas. A viagem não tinha caráter oficial e o vôo trazia 19 malas não diplomáticas, cuja revista os seguranças do filho do ditador tentaram impedir.
Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, o ditador, esteve várias vezes no Brasil, principalmente em caráter privado. Em 2015, ele assistiu na Marquês de Sapucaí, Rio de Janeiro, ao desfile da escola de samba Beija Flor, que ele bancou, em homenagem à Guiné Equatorial.