segunda-feira, 26 de abril de 2021

Sobreviventes da Covid-19 têm chance 59% maior de morrer em até seis meses, diz estudo

 


Um estudo publicado na última quinta-feira apontou os riscos do que tem sido chamado de “Covid longa”. De acordo com a pesquisa, pessoas sobreviventes do coronavírus têm risco até 59% maior de morrer em até seis meses após a contaminação, em relação o restante da população.

O artigo foi divulgado pela revista Nature, uma das mais respeitadas publicações sobre ciência no mundo, e revelou os danos que as sequelas da Covid-19 podem causar.

Apesar de os sintomas da Covid longa não parecerem causar riscos à vida, os pacientes com a enfermidade têm risco 59% maior de morrer em um prazo de seis meses”, explicou o jornal norte-americano Washington Post.

O estudo utilizou o banco de dados de saúde de 87 mil pacientes do Departamento de Assuntos de Veteranos dos Estados Unidos para identificar as sequelas da contaminação. Muitos deles seguiram reclamando de sintomas mesmo semanas após curados do coronavírus, o que foi classificado como “Covid longa”.

A pesquisa identificou nestas pessoas sequelas nos sistemas nervoso e respiratório, além de distúrbios neurocognitivos, de saúde mental, metabólicos, cardiovasculares e gastrointestinais. Pacientes curados da Covid-19 também reclamaram de sintomas como mal-estar, fadiga, dores musculares, entre outros.
Covid-19 é “apenas a ponta do iceberg”

Um dos responsáveis pelo estudo, Ziyad Al-Aly considerou que a internação pelo coronavírus é “apenas a ponta do iceberg”. “Estamos começando a ver o que tem embaixo do iceberg, e é realmente alarmante.”

O professor-assistente de medicina da Universidade de Washington alertou, ainda, que, enquanto os Estados Unidos ainda lutam para superar a Covid-19, as sequelas da doença serão “a próxima grande crise da saúde” no país.

“Não é exagero dizer que a Covid longa é a próxima grande crise da saúde nos EUA. Dado que 30 milhões de norte-americanos foram contaminados pelo vírus, e dado que o fardo da Covid longa é substancial, os efeitos persistentes da doença vão reverberar por muitos anos e até décadas”, afirmou.