quinta-feira, 22 de abril de 2021

Para líder de Bolsonaro, professores “não querem trabalhar” na pandemia


 














O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), abriu fogo nesta terça-feira (204/4) contra a educação brasileira com um misto de fake news e negacionismo. Ele atacou os professores declarando que os profissionais do magistério “não querem trabalhar” durante a pandemia.

Para Barros, em entrevista à CNN Brasil, os educadores estão prejudicando as crianças ao não se ‘modernizarem’ –o que é uma mentira do líder do governo na Câmara.

“É absurdo a forma como estamos permitindo que os professores causem tantos danos às nossas crianças na continuidade da sua formação. O professor não que se modernizar, não quer se atualizar. Já passou no concurso, tá esperando se aposentar, não quer aprender mais nada”, atacou o deputado.

Segundo Ricardo Barros, alguns estados já reabriram as escolas públicas e particulares, e os professores voltaram a dar às aulas, por isso ‘não há desculpa’.

“Infelizmente, o Brasil foi abduzido pelas corporações. Não tem nenhuma razão para o professor não dar aula. O profissional de saúde está indo trabalhar, o profissional do transporte está indo trabalhar, o profissional da segurança está indo trabalhar, o pessoal do comércio está indo trabalhar, só professor que não quer trabalhar.”

Barros não relatou, no entanto, que nas particulares os pais estão recuando de enviar seus filhos no formato híbrido (revezamento entre presencial e remoto) enquanto as escolas públicas continuam trabalhando normalmente, desde o início da pandemia, de maneira remota.

Os educadores reivindicam a vacinação em massa de professores e funcionários de escolas antes de votarem às salas de aula presencialmente. Os profissionais do magistério, ao lado de garis, faxineiros e entregadores, são as principais vítimas da covid, segundo estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Quanto à fake news de Barros, recheada de negacionismo, quis ser mais realista que o rei e isso pode lhe custar o cargo de líder na Câmara. O parlamentar paranaense arrumou mais uma confusão com os professores em um momento que o presidente Jair Bolsonaro pede para respirar um pouco.