domingo, 28 de junho de 2020

Pioneiro em cirurgia de diabetes, Distrito Federal atende 1,4 mil pacientes

Pioneiro em cirurgia de diabetes, Distrito Federal atende 1,4 mil pacientes

O Distrito Federal é a primeira unidade da Federação a realizar a cirurgia metabólica para o diabetes na rede pública de saúde. Desde julho de 2019, quando o procedimento passou a ser feito na capital federal pelo Sistema Único de Saúde (SUS), 14 pacientes já fizeram a operação e outros 1,4 mil estão sendo preparados para se submeter à intervenção que controla a doença, quarta causa de mortes no Brasil.
As primeiras cirurgias foram realizadas no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), mas o hospital de referência é o Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Todos os procedimentos passarão a ser feitos lá quando acabar a pandemia de Covid-19.
A operação é indicada para quem tem diabetes tipo 2, quando o pâncreas não produz insulina suficiente para manter as taxas de glicose normais no sangue. Trata-se de uma doença adquirida e, normalmente, está relacionada a sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos elevados, hipertensão e hábitos alimentares inadequados.
Se o pâncreas do paciente não funcionar mais – o que acontece quando a pessoa nasce com diabetes ou fica muitos anos sem procurar tratamento –, a cirurgia não é indicada. “Não mexemos no pâncreas durante a intervenção. Ela é feita no estômago e no intestino de forma a modificar o trânsito do alimento, fazendo com que o organismo absorva menos glicose, o que já diminui os índices glicêmicos. Isso também estimula a produção de insulina pelo pâncreas”, explica o médico Renato Teixeira, coordenador do Serviço de Cirurgia Metabólica da Secretaria de Saúde.
“Se o pâncreas não produz insulina a cirurgia não adianta”, salienta.
O objetivo do procedimento é controlar o diabetes. Renato Teixeira afirma que a grande maioria dos pacientes não precisa usar mais medicamentos após o procedimento, seja insulina ou remédios orais. “Em um pequeno percentual ainda é necessário o uso de medicamentos. Mas tem paciente que toma medicamentos e mesmo assim a glicose não fica sob controle. A cirurgia é para esses”, diz. “Porque o grande perigo do diabetes é essa falta de controle, que pode levar o paciente à morte”, ressalta.