sábado, 2 de novembro de 2019

PF aponta navio grego Bouboulina como responsável pelo petróleo no mar

PF aponta navio grego Bouboulina como responsável pelo petróleo no mar

A Polícia Federal deflagrou operação nesta sexta-feira (1º) contra a agência marítima Lachmann Agência Marítima e representantes da empresa Delta Tankers LTD, no Rio de Janeiro, ligados à proprietária do navio petroleiro grego Bouboulina, suspeito de ser a origem do derramamento de petróleo na costa nordestina. Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal do Rio Grande do Norte a pedido do Ministério Público Federal.
O inquérito policial teve acesso a imagens de satélite que partiram das praias atingidas até o ponto de origem das manchas, de forma retrospectiva. O relatório de detecção de manchas de óleo, de uma empresa privada especializada em geointeligência, indicou uma mancha original, no dia 29 de julho, e fragmentos se movendo em direção à costa brasileira.
A Diretoria de Inteligência Policial da PF concluiu que “não há indicação de outro navio (…) que poderia ter vazado ou despejado óleo, proveniente da Venezuela.” Ainda de acordo com a Marinha, que ofereceu subsídios à investigação, esse mesmo navio ficou detido nos Estados Unidos por quatro dias, devido a “incorreções de procedimentos operacionais no sistema de separação de água e óleo para descarga no mar”.
O sistema de rastreamento da embarcação confirma a passagem pelo ponto de origem do óleo, após ter atracado na Venezuela – país de origem do petróleo derramado – ao seguir viagem para a África do Sul e Nigéria.
Os procuradores da República Cibele Benevides e Victor Mariz destacam que “há fortes indícios de que a (empresa), o comandante e tripulação do Navio deixaram de comunicar às autoridades competentes acerca do vazamento/lançamento de petróleo cru no Oceano Atlântico.” Para eles, “a medida de busca e apreensão mostra-se necessária e de urgência”, para a coleta de documentos que auxiliem no esclarecimento dos fatos.