sábado, 23 de novembro de 2019

PF investiga compra de decisões na Aneel por empresas da área de energia elétrica

Vagas em ‘agências reguladoras agitam políticos, Planalto e o Senado

A compra de decisões da Aneel, agência reguladora de energia elétrica, é o foco da operação que a Polícia Federal deflagrou nesta sexta (21), em Brasília, cumprindo mandados de busca e apreensão contra três investigados
A propina foi paga entre os anos de 2010 e 2013 a um ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica, que seria Edvaldo Alves Santana, cujo nome foi citado em recente denúncia do Ministério Público Federal, para beneficiar empresas do setor de energia.
A investigação foi provocada em 2016 por nota técnica da Controladoria-Geral da União (CGU) que identificou indícios de irregularidades em decisões da diretoria da Aneel contrárias a pareceres técnicos da própria agência para beneficiar empresas do ramo de energia, impondo prejuízos de mais de R$12 milhões aos cofres públicos.
Sete meses depois de deixar o cargo, um ex-diretor da Aneel abriu uma empresa consultoria foi contratado como diretor de empresas da área de energia, passando a receber transferências e depósitos de empresas beneficiadas pelas decisões suspeitas da agência.
Entre os anos 2014 e 2015 houve um aumento de depósitos nas contas vinculadas ao ex-diretor e sua empresa, de aproximadamente 300% em relação aos anos de 2011 a 2013.
Parte dos valores depositados não consta na declaração de imposto de renda dos dois anos. De acordo com a investigação, as transferências seriam a contraprestação pelos benefícios obtidos pelas empresas.