terça-feira, 26 de novembro de 2019

'Não tenho raiva', diz mãe de criança que morreu ao se engasgar com jabuticaba em escola

Criança se engasgou com a fruta durante atividade escolar em Sorocaba — Foto: Arquivo pessoal

Após morte da criança de 1 ano e 5 meses que se engasgou com um caroço de jabuticaba durante uma atividade escolar na CEI-98 "Olinda Luz Marte", em Sorocaba (SP), a mãe da menina conta que ainda não retomou a rotina, mas não culpa os funcionários da escola pelo ocorrido.

Ao G1, a cabeleireira Luana Granh diz que a família ficou muito abalada com a tragédia e que está se recuperando aos poucos. "Meu marido voltou a trabalhar, mas eu não. Não sentimos raiva da equipe, nem da professora. Vimos o quanto ela ama a sua profissão", explica.

Luana lembra que, no dia do ocorrido, recebeu uma ligação e foi direto à escola. "Pude perceber toda a correria e mobilização de todos no momento em que cheguei. Vi que estavam preocupados em salvá-la."

Segundo a mãe, a professora teria levado a fruta apenas para apresentar às crianças e não para que elas comessem. "Quando ela percebeu, minha filha já estava engasgada", explica.

A menina estava matriculada na escola desde os 8 meses de idade e, de acordo com Luana, a relação da família com os funcionários sempre foi boa. Por isso, ela conversou com a professora responsável pela atividade logo após o ocorrido.

Durante a internação da criança na UTI, Luana permitiu que a professora a visitasse duas vezes. "Ela visitou minha filha e ainda foi ao velório. Está muito abalada, não nos vimos pessoalmente após o enterro, apenas conversamos por telefone", explica.

Mãe de outra criança, de 8 anos, a cabeleireira comenta que o filho ainda fala muito sobre a irmã mais nova.

"Eles estavam em uma fase em que brincavam muito e ele ainda fala muito dela. Voltamos a passá-lo na psicóloga para ajudar a entender tudo isso. Organizamos a casa, tiramos tudo que era da minha filha e enviamos para doação. Agora é seguir em frente."

No dia 6 de novembro, a criança chegou com parada cardiorrespiratória ao Hospital Gpaci e precisou ser internada na UTI, onde permaneceu durante 11 dias até morrer, em 17 de novembro. Todos os órgãos da menina foram doados e ela foi enterrada no Cemitério da Consolação, em Sorocaba.

Após o ocorrido, a prefeitura abriu uma investigação interna para apurar os detalhes da atividade pedagógica realizada no berçário.

Em nota, a administração municipal confirmou o caso e afirmou que estava prestando todo o apoio necessário à família.