quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Manobra suspende desfecho da cassação de Janot na OAB, nesta terça

Fracassa o lançamento do livro de Rodrigo Janot em São Paulo

O relator da cassação da licença para advogar do ex-procurador geral da República atendeu a requerimento da OAB/MG para suspender o processo, cujo julgamento estava previsto para esta terça-feira (5).
O conselheiro federal Luiz Saraiva Correia, o relator, acolheu integralmente a alegação de suposto “conflito de competência”, apresentado pela OAB de Minas Gerais, cujo presidente tem ligações com o mineiro Janot.
A OAB/MG, no entanto, alegou que Janot estaria licenciado de sua filiação à OAB/DF, enquanto se manteria ativa a filiação à entidade em Minas, daí o suposto “conflito de competência”.
A principal iniciativa para expulsar Rodrigo Janot da OAB, vedando-lhe o exercício profissional, foi apresentada pelo advogado Ibaneis Rocha, atual governador do Distrito Federal.

Despacho do relator do pedido de expulsão de Janot.

Ibaneis tomou a iniciativa como cidadão comum. Ex-presidente da OAB/DF e ex-conselheiro federal da Ordem, ele está licenciado da advocacia para o exercício de suas funções 





Em seu livro “Nada a esconder”, Rodrigo Jantot relatou um plano para assassinar o ministro Gilmar Mendes nas dependências do Supremo Tribunal Federal (STF), deflagrando uma onda de críticas e de indignação entre operadores do Direito. A confissão de Janot, reiterada em entrevistas, não bate com as datas que ele próprio menciona.
História mal contada e a ‘farmácia’
No dia em que afirma haver entrado armado no STF e engatilhado a arma, a pouco metros de Gilmar Mendes, Janot na verdade estava em Minas Gerais, onde permaneceria nos três dias subsequentes.
No livro, ele revela, entre outras coisas, que usava inclusive na companhia de auxiliares uma sala anexa ao seu gabinete, na Procuradoria Geral da República, a que chamava de “farmácia”. Nela, ele mantinha bebidas alcoólicas de todas as formas, inclusive destilados, que ingeria e depois voltava ao trabalho.