sábado, 6 de julho de 2019

Veja coloca Sergio Moro na capa e revela irregularidades praticadas pelo juiz

A capa da próxima edição da Veja

A revista Veja publicou nessa sexta-feira (dia 5) reportagem revelando novas conversas de Sergio Moro com integrantes da Operação Lava Jato. Com o título “Novos diálogos revelam que Moro orientava ilegalmente ações da Lava Jato”, o texto mostra irregularidades praticadas pelo juiz, que agora é Ministro da Justiça do Governo Bolsonaro.


A nova edição impressa da Veja tem Sergio Moro na capa, com o título “Justiça com as Próprias Mãos”.
O texto da Veja afirma que “as revelações enfraqueceram a imagem de correção absoluta do atual ministro de Jair Bolsonaro e podem até anular sentenças”.
“No material que o Intercept diz ter recebido de uma fonte anônima, há quase 1 milhão de mensagens, totalizando um arquivo com mais de 30 000 páginas. Só uma pequena parte havia sido divulgada até agora — e ela foi suficiente para causar uma enorme polêmica. Em parceria com o site, VEJA realizou o mais completo mergulho já feito nesse conteúdo. Foram analisadas pela reportagem 649 551 mensagens. Palavra por palavra, as comunicações examinadas pela equipe são verdadeiras e a apuração mostra que o caso é ainda mais grave”, alerta a Veja.
“Moro cometeu, sim, irregularidades. Fora dos autos (e dentro do Telegram), o atual ministro pediu à acusação que incluísse provas nos processos que chegariam depois às suas mãos, mandou acelerar ou retardar operações e fez pressão para que determinadas delações não andassem. Além disso, revelam os diálogos, comportou-se como chefe do Ministério Público Federal, posição incompatível com a neutralidade exigida de um magistrado. Na privacidade dos chats, Moro revisou peças dos procuradores e até dava bronca neles”, explica a revista.
A Veja explicou também sua mudança de postura em relação a Sergio Moro. No passado, a publicação tratou o juiz como uma espécie herói no combate à corrupção. “VEJA sempre foi — e continua — a favor da Lava-Jato”, diz. “Poucos veículos de mídia celebraram tanto o trabalho do ex-juiz na luta contra a corrupção”, afirma. “Como veículo de mídia responsável não podemos apoiar posturas como essa. Um dia, o justiceiro bate à porta e, sem direito a uma defesa justa, a pessoa é sumariamente condenada”, explica.