segunda-feira, 22 de julho de 2019

Juiz aponta violência do Rio para tirar guarda de mãe que mora com filho na favela de Manguinhos

Rosilaine com seus dois filhos, um de 15 e outro de 8 anos: decisão judicial pode afastá-la do mais novo, que passaria a morar com o pai em Joinville, norte de Santa Catarina Foto: Guito Moreto

A violência carioca ameaça tirar o filho de oito anos de uma mãe da favela de Manguinhos . Não será pela ação direta dos criminosos, porém, pela decisão de um juiz que considerou que, “nos dias que correm, é mais seguro residir fora do município do Rio de Janeiro”. Foi um dos fundamentos para, no último dia 12 de julho, ele definir, pela segunda vez numa mesma ação, que a guarda da criança deveria ser entregue ao pai, morador atualmente da cidade catarinense de Joinville, a cerca de 900 quilômetros de distância da mãe, Rosilaine, de 41 anos, e também do irmão (filho de outro pai) e de parentes maternos.

Numa primeira sentença, de 1º de fevereiro de 2017 — anulada em segunda instância, em outubro daquele mesmo ano, por cerceamento da defesa e violação ao princípio do contraditório — , o magistrado já tinha argumentado o mesmo. “Reputo muito mais vantajoso para a criança, hoje com seis anos, a morada com o pai do que com a mãe. A cidade do Rio de Janeiro tornou-se uma sementeira de crimes, havendo para todos o risco diuturno de morrer. Em Joinville-SC, este risco estará sensivelmente reduzido para a criança”, tinha escrito o juiz, de uma vara da família da capital, cujo nome não será revelado a pedido da mãe e de sua defesa.